sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Nota abstrata.

Para o amor que não cabe em palavras ou tristeza.

Tirei meus soldadinhos de chumbo das caixas para que eles vissem o mundo pelo qual eles deveriam lutar e vi em seus rostos que estavam exaustos de matar essa minha infância que insiste em me visitar. Sequei as últimas lágrimas da noite mas que seriam as primeiras da manhã em eu soube que seria devorada por um vazio maior do que se encontra pelas ruas e elas gentilmente me ouviram como ouviriam qualquer um que lhes dessem a atenção necessária para também as ouvirem em sua linguagem amarga e triste, composta de miséria humana, remorso e fracasso com uma nota de violência. Eu poderia tocar qualquer samba, em prelúdio quem sabe até em interlúdio & ele poderia soar como uma benção de algum sábio louco ou obsceno como uma profecia que anunciava desde sempre a sua vinda à minha vida para que a roubasse momentaneamente sem que eu a percebesse, porque até então, eu não sentia a falta da minha vida ausente pelos cantos.
E mesmo que de volta, a vida
me olha como estranha.

29 comentários:

Rafael disse...

Uma vez, você mesma me disse que tudo na vida passa inclusive a própria vida. Sei que isso vai embora, é de praxe.
Sobre o texto, preciso mesmo dizer a facada que ele dá?

Natacia Araújo disse...

Os soldadinhos de chumbo começam a sair das caixinhas não porque queiram matar a infancia, mas porque sabem que infantilidade por vezes é sinônimo de verdade, uma verdade visceral e nada comportada como deve ser toda a verdade. Latejando mesmo, sacudindo as pernas e em protesto de tudo aquilo que a gente acredita, mesmo quando se acredita que tudo seja só um vazio olhando estranho e torto pra gente.

Você me mata, me detona moça, e eu fico assim igual criança catando os meus soldadinhos de chumbo também só pra catar minhas verdades dentro das suas.

Francisco disse...

FIRST?! (zueira)

eu gosto.
sempre gosto, quando leio por não ser tão longo que me dê preguiça, ou quando tenho tempo.

gostei pra caralho dessa primeira frase.

o/

Rafael disse...

E deixa disso, se tem alguém que tem vida sobrando pelos cantos, é você

Francisco disse...

e sim, o seu pessoal é muito mais profundo que eu. (prontofalei)

Anônimo disse...

rapaz, seu blog tem gente competindo para first, olha a chqueza.

mas sabe como é o tempo passa. e de repente não ligar muito pra tudo isso é provavelmente o jeito, acho. acho.

Julia disse...

Cansei de dizer que você tira lágrimas, que tira suspiros e principalmente, qualquer chance de descrever.
Toque todos os sambas como toca as palavras. Com alma.
(tudo bem? Fiquei preocupada com um dos comentários, qualquer coisa, me dá um toque. Seguro qualquer represa)

ANGELICA LINS disse...

Soldadinho de Chumbo...Um dos meus contos favoritos!
A nossa criança é perene.

Adoro vir aqui.

Beijos e bom fim de semana!

Gian Fabra disse...

eu não sei como dizer tudo q eu senti agora...

esse texto é muito eu

Daiana Costa disse...

Quisera ter tempo o suficiente para aproveitar a verdade inocente que um dia, eu soube fazer.
O tempo passa tão depressa... e a vida, que hoje não é a de ontem, intimida.

Me vi, neste aqui. Belo.

Luna disse...

me dá um tapa, é melhor.

Juliano disse...

Outros tantos, tem a infância roubada.

Beijoos

Marcelo Mayer disse...

revolta cubista

CL disse...

Acho que nós é que olhamos estranho pra vida. Ela só retribui o olhar que recebe.

Essência e Palavras disse...

Muito interessante seu blog. Titulo criativo, sugestivo. Supõe...E quantos textos maravilhosos de vida jogamos no lixo... Quantos!!!

Adoorei.

Obrigada pela visita no meu blog.
Volte mais vezes..

Tornei-me sua seguidora.

beejo

Anônimo disse...

respondendo a sua pergunta, William carlos Williams não é considerado beat, mas pertenceu a geração vanguardista...

mto bom o texo! me pareceu um poema em prosa...

:)

Felipe disse...

Denso!

Marcel Hartmann disse...

POUTZ. muito bom, tá no ritmo de poesia.

Desmanche de Celebridades disse...

Não deixe os seus soldadinhos matarem o que sobrou da sua infancia, esse é um lado muito belo que temos. Mas também não deixe essa infancia invadir a sua vida a ponto do conto de fadas se tornar maior que a realidade.

Marcos Andrade disse...

Adorei o seu blog e virei seu seguidor: bjs!

Marcos Andrade disse...

Adorei o seu blog e virei seu seguidor: bjs!

Emerson Souza disse...

Interessante...
Bjus e bom findi.

Jéssica Trabuco disse...

Infancia que passa e nos visita... ai nos perguntamos, fiz tudo certo?
Na vida tudo passa.. devemos fazer o que é correto pro nosso coração.

nina rizzi disse...

seus amigos pintam bem, né. se eu soubesse, também te faria um, aliás, escreo porque não sei pintar.

os soldadinhos de chumbo morreram derretidos em hiroshima, meu amor. espicassados em guernica.

esse texto vc pega e envia pra todos os jornais. caso eles não te respondam, publique-os imediatamente, seja como for!

um beijo, menina com nome de furacão.

Heloísa Vilela disse...

Eu sinto falta da minha infância.
Eu era inocente em tudo, até nos poemas.
Mas sinto que a cada dia que passa, me distancio mais desse tempo, e ele já deu o que tinha que dar.
Talvez meus olhos não brilhem mais como há 5 anos atrás, mas a cada segundo me sinto feliz por ser cada vez mais madura - e ser tratada como tal.

Eri disse...

a infância permanente não me faz bem, as vezes não, pelo menos, as vezes sim...é confuso

Rafael Sperling disse...

Oi, não tenho tido muito tempo de responder os meus comentários.......
Os soldadinhos de chumbo são feitos de chumbo, logo eles são feitos de chumbo, eu diria, por serem feitos de chumbo, sendo assim, feitos de chumbo. E chumbo.

Rene Serafim - "Juninho" disse...

As palavras foram suprimidas.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Tudo na vida passa inclusive a própria vida. Assim não se preocupe tanto. Vc sabe q lágrimas e sorrisos são sucessões peculiares de toda existência ... isto é o q dá sentido à vida.
Sobre o texto, poucas palavras ... denso mas lírico ...

bjux

;-)