quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Á Mairiporã

Mairiporã
que em suas simples ruas
de tão vagas memórias
faz pulsar em mim
estranha melancolia
As pessoas que por ti passam
com seus ares tão niilistas
são tão desprendidas de você
O tempo,por você,passa lentamente
somos tão velhos em casa detalhe aqui.
Somos solitários poetas
(ou tentativas frustradas de sê-los)
que procuram em você
a tristeza necessária para construir
alguma obra poética.
Seus bares tão lúbricos
que nos fazem esquecer de sua torpeza,
nos tornando estrênuos a cada gole
das mais baratas bebidas,
mas a fraca lembrança
de voltar a te respirar,em ti pensar
nos faz voltarmos a sermos covardes novamente
E longe,muito longe de você
quando assim estou
te carrego dentro de mim,como uma tênue inação
e uma inocência quase infantil
ao olhar para tudo aquilo que em você nunca vi.
E mesmo que um dia,à você,não mais retornarei
serei sempre convalescente
do seu eterno fastio.
Amor dúbio e esquálido que sinto por você
minha ausente Mairiporã

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Passado

Sabem,um dia eu amei muito uma pessoa.Como todas as pessoas no mundo já amaram alguem,desesperadamente.E como todas elas,eu cometi muitos erros quando amei essa pessoa.Amei num silêncio gritante,quase desesperador.E eu perdi essa pessoa.
E a cada passo que eu dava pela cidade,cada canto que eu olhava,cada pessoa que me encarava,eu me lembrava dele.Era como se tudo aquilo me lembrasse ele.Perdi as contas de quantas vezes me peguei chorando em frente ao computador vendo seu orkut,ou olhando para o telefone,na esperança de voltar a falar com ele,durantes horas e horas,sem se importar com a conta no fim do mês.E me torturava em ouvir as músicas que ele gostava e me mandava ouvir,de ver os filmes que ele sempre me sugeria,de ver bob esponja e as meninas super poderosas.Jurava que,no fim de tudo,ainda voltaríamos a ser o que éramos,amigos.E eu iria me conformar,porque o amava demasiadamente a ponto de renunciar qualquer outro de tipo de relação,só para tê-lo.Nunca mais iria amar alguem como ele.
Passaram se 2 anos desde então.
Conheci outras pessoas.Me envolvi com elas.Amei sinceramente elas.
Eu ainda me lembrava dele.Poucas vezes claro,e sem a mesma intensidade de antes.E isso me fazia pensar que,mesmo que eu encontrasse a pessoa exata para mim,talvez eu a deixasse ir,porque não era ele.
Hoje,ainda,penso nele.
Agora cruzei com seu orkut por aí,temos muitos amigos em comum,impossivel isso nunca ocorrer.Vi seu album,e entre as fotos,havia uma que,se eu realmente o amasse,sentiria algo muito semelhante ao ódio,rancor,mágoa ou tristeza.Ele e uma outra garota,aos beijos.
Eu não senti nada
Nada
Talvez ele tenha virado apenas mais uma lembrança.Dos nossos momentos,sempre me lembrarei com carinho.Ele foi meu primeiro grande amor.Infelizmente,não o vivemos,como eu gostaria tanto.Mas fui feliz nos breves instantes dessa amizade.
Não é mais a sombra que me perseguia.A pessoa que eu tentava em vão achar em outros.Não é mais aquele que,talvez,se me pedisse o céu,eu faria de tudo para que ele pudesse ficar satisfeito.
Ele é apenas o Acácio.Um garoto normal de 18 anos.
Tão normal que deixou de ser meu motivo de adororação

sábado, 20 de outubro de 2007

Quem sou eu?

Acabei de ter uma descrição(seguida de um longo comentário) de quem realmente sou.
Esperava que ele dissesse que sou inconfiável,que sou fria em certos aspectos,que sou desprovida de memórias emocionais ou que fosse extremamente pessimista.Afinal,se o fiz sofrer inúmeras vezes em 8 anos,foi por esses fatores.Ao contrário,me descreveu de uma forma inexata,aos meus olhos(porque a descrição realmente foi escrita,logo tive que ler,enfim,comentário desnecessário a este texto).
Talvez,a única parte que achei sincera,foi essa(oral)
"Mas VEJA BEM,você erra como todos os seres humanos,até como aquele mendigo(aponta para o mendigo da praça),e se martiriza como se fosse uma beata.E sozinha.Porque acha que ninguem pode compreende-la,ou,que iriam achar rídiculo os motivos.Ou pior.Se acha superior aos seus erros e medos"
Sim,sofro sozinha.
Sim,nunca me abro a ninguem(a não a ele ou zé paulo)por medo do que iriam pensar.
Sim,nunca acredito que alguem me compreenda de verdade(as vezes acho que ele me compreende,mas as vezes ele se faz de confuso,diante aos meus desabafos)
Sim,os motivos que me levam a extrema melancolia são bizarros,bestas,amiúdes,inúteis.
Mas não sou superior as minhas fraquezas,sou extremamente escravas delas.
Enfim,acho que serei assim sempre
Se um dia,acabar mudando,nunca mais MESMO vou me reconhecer,tanto em descrições aleatórias,dos meus amigos,ou a pior de todas(e a mais sincera na minha opinião):Minha própria descrição.
(E joy Division me deixa relativamente feliz)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O valor da felicidade

A felicidade,simples,é extremamente maçante.
Ela só nos completa,nos satisfaz,quando temos que lutar por ela,todos os dias em todos os momentos.Que graça tem ser feliz apenas porque o dia nasceu com lindas cores,ou porque você ouviu sua música favorita,fumou seu cigarro ou falou com seu vizinho?Prefiro penar para conseguir,nem que seja,alguns minutos realmente felizes.Por que sei que quando eles ocorrem,eu os saberei valorizar.Não serão apenas momentos que se vão.
Alias,entre tristeza e felicidade,ainda fico com a tristeza.A tristeza nos faz olhar para a vida com olhar censor.A felicidade nos cega em alguns pontos,nos tornando extremamente egoístas.Ou você pensa nas pessoas que moram nas ruas e de como deveria ajuda-las quando está realmente feliz?Ou nas pessoas que morreram hoje vítimas da violência urbana?Não que somente as pessoas tristes e frustradas fazem isso,muito pelo contrário.São pessoas que lutam pela felicidade,e que acreditam que ela somente é completa,se compartilhada com todos ao redor.A felicidade simples apenas nos acomoda a realidade,deixando os outros sempre em segundo plano.
A felicidade deveria sempre ser compartilhada,sempre batalhada,sempre valorizada.Alias,você já se perguntou,a si mesmo,se é feliz?E se não é,porque?E se,as pessoas ao seu redor são infelizes pelos mesmos motivos que você?
Minha análise sobre minha felicidade:
Sou feliz com as coisas que conquistei,mas fico infeliz em pensar nas coisas que poderia ter conseguido ou as coisas das quais tive que renunciar.Mesmo com os altos e baixos que a minha existencia me proporciona,com as notícias(sempre as mesmas e tristes)que a mídia expõe,com as injustiças que acompanho,ainda me considero feliz.
Tenho meus amigos,minha familia,meus objetivos(mesmo que frios)traçados.Enfim,talvez seria completamente feliz se pudesse fazer todos ao meu redor,conhecidos ou não,felizes.
Bom,tento fazer minha parte a minha maneira.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Objetivos

d. diz:
sobrinha
d. diz:
não estou tão certo assim
d. diz:
mas acho que achei alguma coisa pra usar de objetivo de vida
[Play] Qualquer canção de dor não basta a um sofredor diz:
qual?
d. diz:
... algumas pessoas colocam como achar alguém, outras como ter família... sei lá, não sei se isso é pra mim
d. diz:
então...
d. diz:
vou viajar e conhecer o mundo
[Play] Qualquer canção de dor não basta a um sofredor diz:
não tenho objetivo de vida x.x
[Play] Qualquer canção de dor não basta a um sofredor diz:
até tenho
[Play] Qualquer canção de dor não basta a um sofredor diz:
mas é tão frio
[Play] Qualquer canção de dor não basta a um sofredor diz:
impessoal
d. diz:
eu não tenho certeza se esse é o meu... mas tem tanta coisa diferente no mundo... tem tantos lugares novos, esse mundo é tão grande =D
é besteira ficar no lugar só e não conhecer mais nada...

qual o teu?
[Play] Qualquer canção de dor não basta a um sofredor diz:
ser uma historiadora,me especializar em história bélica na europa,ter uma harley 58,completar minha coleção dos cds do Manics,e morar um tempo em Santiago.Frio não?Sem um grande amor.Sem familia.Sem planos de ter 1 milhão de amigos.


Pensando bem,não é frio.
São coisas essas que eu posso controlar e prever.Que eu sei como conseguir.
O amor não é algo deterministico,é algo extremamente caótico.Ele simplesmente aparece.Então,não há porque prevê-lo,marca-lo na agenda com data e hora específica.Não há como incluí-lo em alguma lista de 10 ou 20 coisas que se você tem que fazer antes de morrer,ou dos seus sonhos.
E por ser assim tão imprevisível,ele se torna extremamente inscontante e assustador.

O que realmente existe

Arthur-Talvez nós não existimos.Não estamos aqui fumando esses cigarros,bebendo e falando do Tarantino.
Eu-Na verdade,os cigarros não existem.Essa bebida tambem não.Muito menos o Tarantino.Encare isso como uma forma da Matrix nos manter interligados ao seu sistema por mais algum tempo.
Arthur-Sério?Tarantino não existe?
Eu-Não,ele não existe e nem fez cães de aluguel.Acredite
Arthur-Merda!Sempre desconfiei que ele fosse mais uma invenção da mídia

As vezes,sinceramente,acredito que nada do que eu esteja acostumada realmente exista.Talvez,eu mesma não exista,por mais irônico que possa parecer.É uma das alternativas,é apenas a certeza que tenho.
Ainda mais,quando tudo parece estranhamente correto e perfeito.
Afinal,a perfeição não existe.É apenas uma idéia utópica

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Teoria do Caos

"A teoria do caos trata do estudo de sistemas dinâmicos complexos não-lineares. (...) Outra definição mais elaborada diz-nos que o caos É o estudo de sistemas determinísticos que apresentam uma forte dependência aos parâmetros iniciais, que originam resultados aparentemente aleatórios, ou caóticos." (fonte: http://www.terravista.pt/nazare/2319/caos/)Em outras palavras, há certos sistemas no qual uma variação ínfima além da décima casa decimal pode gerar um resultado absurdamente diferente à medida que os valores são aplicados. A imagem clássica disso, citada pelo meteorologista que criou esta teoria, é a de que um bater de asas de uma borboleta na África poderia desencadear um tornado na América.Pensando bem, a própria vida que todos nós levamos não se afasta muito disso... a toda hora temos que tomar decisões, escolher caminhos, abrir mão de certas coisas e abraçar outras, coisas aparentemente muito pequenas mas que podem ter uma grande influência no nosso futuro. Até mesmo contratempos pelos quais passamos - por causa de um minuto eu perco a minha condução e já sei que vou chegar atrasado, espero o próximo e no meio do caminho vejo que o ônibus que perdi está "no prego". Ou outra vez que eu fui posto na rua, com todos os meus devidos direitos (tive que abrir mão de algumas coisas, mas enfim), o que acabou sendo um baque naquela hora, mas meses depois vejo a empresa afundar e não ter mais nem dinheiro pra pagar a conta de luz - teria sido bem pior ficar até o final e sair de mãos abanando.Ao meu ver, a vida em si é um sistema caótico - as coisas acontecem uma após a outra (muitas vezes sem qualquer explicação aparente) e formam uma intrincada rede onde tudo afeta o que está ao seu redor. Tentar entender o que se passa muitas vezes é inútil, o jeito é esperar que as peças se encaixem e formem o grande quebra-cabeça por trás de tudo que não conseguíamos ver quando suas partes ainda estavam se formando."Como seria se eu tivesse tomado tal decisão? O que teria acontecido se eu não tivesse falado nada naquele dia? Como seriam as coisas se eu tivesse aceitado a proposta inicial? Como seria se..."Às vezes eu paro e fico me perguntando essas coisas. Às vezes penso que tudo poderia ter sido diferente se, em determinado momento, eu tivesse dado um passo à frente ou recuado.Se eu tivesse aceitado ou recusado.Se eu tivesse ido ou ficado no meu lugar.Se eu tivesse pensado ou se eu tivesse sentido.Se eu tivesse...Se eu tivesse tomado a decisão certa... mas será mesmo que existe alguma decisão certa, no final das contas? Eu cheguei a conclusão que não existem decisões ou atos certos ou errados, acertadas ou não. O que existe, realmente, são as conseqüências que estas decisões ou atos nos trazem. Algumas vezes estamos preparados para arcar com estas conseqüências, outras não, mas elas sempre existem. E tudo depende do ponto de vista. E tudo pode acabar tendo alguma relação no final das contas, e tudo pode fazer parte de um grande sistema caótico, onde tudo está relacionado e somos apenas meros peões em um gigantesco tabuleiro fractal onde cada passo é capaz de desencadear grandes mudanças no nosso próprio futuro e no futuro de outras pessoas...Não acredito em destino. Acredito que tudo está em nossas mãos. Mesmo que não tenhamos muita consciência disso...

Esqueça

É incrível a capacidade que nós humanos temos para esquecermos de grandes e pequenos fatos(com a mesma facilidade para ambas).Mas se pararmos para pensar,na realidade,não nos esquecemos de absolutamente nada(claro,só se você,caro leitor,sofrer de alzhaimer.E obviamente desconsiderando o período dos 0 até os 4 anos,quando nossa memória afetiva ainda está em construção,e até aos 6,quando ainda não conseguimos detalhar bem nossas lembranças recentes).Nossas lembranças são como nossas sombras.Quem consegue se livrar de sua própria sombra?Basta apenas um fio de luz para que ela apareça.Assim são nossas lembranças.Basta defrontar um pequeno detalhe relacionado a um fato a ser esquecido,que o tráz a tona como uma enchente de lembranças.Não é fastástico saber que não temos o poder para esquecer?Que apenas ficamos temporiariamente sem nos lembrarmos de algo.Claro,é mais bem real acreditar fielmente que pessoas ou erros podem ser esquecidos,quando na verdade,apenas optamos por não lembrarmos.Mesmo porque,você,no momento que ler isso,vai saber que o que eu disse é a mais pura verdade.Apenas escondemos,em algum refúgio essas lembranças,para que elas não nos machuquem,ou nos assombrem na mesma medida que os nossos piores medos.É apenas uma escolha.Porque fingirmos que esquecemos?Porque nos envergonharmos?Aposto que todos aprendemos com o que se passou.Se somos "pessoas melhores" hoje,foi graças aos nosso erros passados.E se aprendemos com eles,então,porque querer esquece-los?É apenas uma escolha,como tantas erradas que fazemos amo longo de nossas vidas.Esqueça esquecer.Ou deixe esse conceito refugiado em algum lugar em sua mente

Realidade Simulada

"Os humanos eram ignorantes do que não podiam ver.Havia muitas ilusões,como se eles estivessem mergulhados no sono e se encontrassem em pesadelos.Eles estavam fugindo,perseguindo outros,envolvidos em ataques,caindo de lugares altos ou voando mesmo sem ter asas.Quando acordam,eles não vêem nada.Ao deixar a ignorância de lado,não estimam suas obras como coisas sólidas,mas as deixam para trás como um sonho"(Antigo manuscrito agnostico)
Olhe a sua volta.Perceba os detalhes de sua cadeira,do lugar em que você está,da textura das suas roupas,do barulho ao fundo e das cores no seu monitor.Parecem reais?Eles não poderiam ser,por exemplo,uma simulação feita por um sistema de inteligência artificial?Você pode achar que não,porque eles sempre estiveram ali,e ao contrário dos computadores-cadeiras e roupas nunca travaram de uma hora para outra.Mas pense novamente.Existem muitas pessoas,muito inteligentes,que acham que isso pode ser verdade.Para elas,o mundo talvez não seja como imaginamos.Há até quem acredite que temos 25% de chances de vivermos mesmo em uma simulação de computador.Que realmente fazemos parte da Matrix.
"Você,aqui,é uma projeção mental de sua personalidade"(Morpheus para Neo-Matrix)
Para alguns filósofos e cientistas,as pessoas estariam presas em um ciclo:elas tratam o que sentem como se fosse real e a ignorância de que aquilo é só uma ilusão as mantêm presas a esse mundo.Uma vez superada a ilusão,atinge-se o nirvana,um estado que as palavras não podem descrever,em que a noção de indivíduos se perde.Um dos maiores reforços desse ciclo de ignorância é o fato de estarmos cercados de pessoas que também tratam as ilusões como se fossem reais.O mito da caverna,de Platão,tenta explicar isso.Imagine uma prisão subterrânea em que as pessoas ficam amarradas ao mesmo lugar desde a infânica e onde tudo o que conseguem ver são as sombras das pessoas e objetos que estão fora.O cárcere é tão eficiênte que eles nem percebem que estão presas e pensam que o mundo é mesmo aquele monte de sombras.Caso saíssem,estariam praticamente indefesos-as pernas não funcionariam,os olhos não conseguiriam enxergar e até a mente se recusaria a aceitar o novo mundo.Seria tão chocante que muitos prefereriam voltar para a caverna e esquecer tudo aquilo.Alguns,no entanto,conseguiriam se adaptar,perceber o horror da situação inicial e ter um conhecimento superior e mais verdadeiro sobre o mundo.Nós humanos seríamos iguais a esses prisioneiros,amarrados a um mundo de aparências que não refletem a verdadeira realidade.A saída,segundo Platão,está na filosofia,na educação e na iluminação.Elas são o caminho para o mundo das ideias,o lugar onde está a essência das coisas,a realidade verdadeira.Pra chegar lá é preciso um doloroso processo de auto conhecimento,que,uma vez conseguido,torna a pessoa sábia,justa e capaz de discenir a realidade da ilusão com a mesma facilidade que Neo se desvia das balas.Assim como Morpheus pergunta a Neo se ele já teve um sonho tão real a ponto de se questionar se era sonho ou realidade,René Descartes escreveu:"Quando penso sobre meus sonhos claramente,vejo que nunca existem sinais certos pelos quais estar acordado pode se distinguir de estar dormindo.O resultado é que fico tonto e esse sentimento só reforça a ideia de que eu posso estar sonhando."Ele imaginou a possibilidade de um terrível demônio estar constantemente lhe dando a ilusão de que todas as suas certezas são corretas,quando na verdade elas não fariam sentido algum.Mesmo em coisas simples como calcular 2+2,o demônio forneceria sempre os mesmos resultados,o que daria a impressão de estarem sempre certos.Descartes concluiu que como não podemos provar se esse demônio existe ou não,nehuma de suas opiniões eram seguras.A questão de esse demônio existir ou não continua em pé até hoje e é quase igual a outra questão: Como garantir que não vivemos na Matrix?Por enquanto,a resposta é,simplesmente,que não há resposta.Para muitos cientistas,a nossa consciência é uma espécie de realidade virtual.Nada no universo é verde ou vermelho,em si mesmo.Nossos olhos que interpretam essas cores para facilitar nossa identificação.Ao longo do tempo,a evolução permitiu adaptarmos nossas emoções ao que é benéfico para nós.Assim as substancias emitidas por comidas podres são fedorentas e com isso evitamos alguma intoxicação.Da mesma forma o açucar que nos fornece energia é gostoso e o sexo que perpetua a espécie é prazeroso.Não existem cores,cheiros,gostos ou emoções sem um cérebro consciente.O mundo da nossa consciência é uma grande ilusão.Mesmo que nosso mundo seja apenas uma realidade simulada,é possivel que nossa vida não mude tanto.Afinal,somos bombadeados tanto por notícias de lugares distantes,detalhes da vida de celebridades,programas de televisão,anuncios,filmes e tantas fotos e imagens que nossos assuntos ocupam um pedaço cada vez menor de nosso tempo.

Face a face com a morte


Há muito tempo, no Tibete, uma mulher viu seu filho, ainda bebê, adoecer e morrer em seus braços, sem que ela nada pudesse fazer. Desesperada, saiu pelas ruas implorando que alguém a ajudasse a encontrar um remédio que pudesse curar a morte do filho. Como ninguém podia ajudá-la, a mulher procurou um mestre budista, colocou o corpo da criança a seus pés e falou sobre a profunda tristeza que a estava abatendo. O mestre, então, respondeu que havia, sim, uma solução para a sua dor. Ela deveria voltar à cidade e trazer para ele uma semente de mostarda nascida em uma casa onde nunca tivesse ocorrido uma perda. A mulher partiu, exultante, em busca da semente. Foi de casa em casa. Sempre ouvindo as mesmas respostas. "Muita gente já morreu nessa casa"; "Desculpe, já houve morte em nossa família"; "Aqui nós já perdemos um bebê também." Depois de vencer a cidade inteira sem conseguir a semente de mostarda pedida pelo mestre, a mulher compreendeu a lição. Voltou a ele e disse: "O sofrimento me cegou a ponto de eu imaginar que era a única pessoa que sofria nas mãos da morte".
A morte pode ser vista como um mistério incompreensível. Ou como um absurdo inaceitável. A morte pode até ser tratada como um tabu, assunto do qual a maioria das pessoas não gosta de falar. Mas, seja como for, aceitemos isso ou não, a morte é um fato, uma realidade inexorável. E que vem para todos nós. Por mais que queiramos nos esconder dela, deixar de existir é uma coisa tão natural quanto existir. Na verdade, a morte é provavelmente a única coisa certa na sua existência ou na minha - e também na de nossos pais, nossos filhos, nossos ídolos e inimigos, de todas as pessoas que amamos e mesmo daquelas que jamais chegaremos a conhecer: é certo que todos nós vamos morrer um dia. Pessoas boas, pessoas ruins, gente em Xanxerê, Santa Catarina, ou em Nagano, no Japão. E esse dia pode acontecer amanhã ou daqui a 60 anos.
A morte faz parte da vida. Todos começamos a morrer exatamente no dia em que nascemos. A morte, portanto, é um etapa da nossa existência com a qual temos que conviver. Pode-se conviver melhor ou pior com ela. Mas não se pode evitá-la. Pode-se aceitar a sua inevitabilidade e olhá-la de frente. Ou pode-se negá-la, fugir dela, imaginar que não pensar na morte possa fazer com que ela deixe de acontecer com você ou com a sua família. Mas o fato é que todos nós estamos programados para nascer, crescer e morrer - uma obviedade esquecida por boa parte da sociedade ocidental contemporânea, que teima em ver a morte como um evento artificial, inesperado e injusto. Sobretudo, costumamos vê-la como um evento exclusivo, pessoal, que isola quem sofre uma perda, por meio da dor, do resto do mundo. Quando, ao contrário, não há nada menos exclusivo do que morrer. Nem nada que perpasse mais a humanidade do que o sofrimento de uma perda.
Como está expresso na fábula tibetana, a morte não é privilégio nem desgraça particular de ninguém. Ela chega para todos, sem exceção.
É um paradoxo: a valorização da vida e a ilusão de eterna beleza e jovialidade trazidas pela vida moderna acabam gerando, por meio do apego a tudo isso, muito mais tristeza e sofrimento pelo fim inevitável da existência do que felicidade pelo mais de vida que proporcionam.
O mundo ocidental transformou a morte em tabu: ela costuma ser ocultada das crianças e banida das conversas cotidianas. Tudo aquilo que possa lembrá-la - a enfermidade, a velhice, a decrepitude - é escamoteado. Os doentes morrem no hospital, longe dos olhos - e, não raro, do coração - de seus amigos e parentes. E os rituais de luto são cada vez mais rápidos e pragmáticos. O medo natural que todo ser humano sente diante da própria finitude vira pânico. E mesmo a morte natural - não causada, por exemplo, pela tremenda violência que a cada dia assola os cidadãos no Brasil - acaba virando sinônimo de aniquilamento sumário, de abreviamento. O que, no mais das vezes, não corresponde à realidade por se tratar apenas de uma vida que chegou naturalmente ao fim, de uma existência que simplesmente expirou.
O primeiro passo para conviver melhor com a idéia da morte é esquecer aquela imagem medieval, um tanto tétrica, de um esqueleto coberto com uma capa preta carregando uma foice afiada na mão. Talvez uma imagem melhor para a morte seja imaginá-la como o fim de uma festa muito bacana: você já sabia que ela acabaria, que ela teria que acabar, em algum momento. E, pensando bem, talvez não seja de todo mal que a festa termine. Você agüentaria dançar na pista para sempre? Por melhor que seja a música, tem uma hora que seu corpo e sua mente pedem descanso. E aí, talvez, seja o momento mesmo de sair da pista, serenamente, sem traumas, e dar lugar a quem está chegando à festa cheio de gás.
O medo da morte é um sentimento inerente ao processo de desenvolvimento humano. Aparece na infância, a partir das primeiras experiências de perda. E tem várias facetas: trata-se de um medo do desconhecido, somado ao medo da própria extinção, da ruptura da teia afetiva, da solidão e do sofrimento
O antagonismo se mantém dentro de cada um de nós, no jogo constante entre Eros, o deus grego do amor, e Tanatos, o deus da morte, para usar uma imagem cunhada por Sigmund Freud, fundador da psicanálise. As forças da vida, representadas por Eros, estimulariam o crescimento, a integração, a autoproteção e a sobrevivência. As forças da morte, representadas por Tanatos, alimentariam os instintos destrutivos e as atitudes de auto-sabotagem, por exemplo. Da conciliação dessas forças contraditórias, surgiria o equilíbrio e o vigor emocional necessários para viver.
No entanto, o medo de morrer pode gerar um apego desmedido a elementos cotidianos e um conseqüente desespero diante da possibilidade de vir a "perder tudo" com a morte - a companhia dos amigos, o carro novo, os imóveis, o status social, os projetos não realizados. No budismo, assim como na tradição cristã, o desapego é condição essencial para uma "boa morte".
Em outras palavras: para experimentar a "boa morte" e morrer serenamente - em oposição a viver atarantado pela iminência da "cadavérica" e assim morrer sofrendo - é preciso absorver a idéia de que, como quase tudo neste mundo, também nós somos impermanentes.
A vida é como um contrato que estabelece a própria vigência em uma das cláusulas. Ou seja, basta estar vivo para estar sujeito às leis da existência, que determinam o seu próprio término. Lutar contra esse fato inelutável é garantia de dor. Ao contrário, aceitar a transitoriedade da condição humana - que se aplica a você, a mim e a mais seis bilhões de indivíduos - ajuda a aliviar o sofrimento que a idéia da morte costuma trazer. Você não pode mudar o fato de que vai acabar um dia. Mas você pode mudar o modo como se relaciona com esse fato. Em certas ordens religiosas católicas, os monges, ao se encontrarem nos corredores do mosteiro, costumam dizer uns aos outros: "Memento mori", uma expressão latina que significa "lembre-se de que vai morrer". A saudação - que é o contraponto de "Carpe diem" ("aproveite o dia") - funciona como um exercício espiritual de aceitação gradual e diária da morte, vendo-a como uma conseqüência da própria vida e também de preparação para o momento em que ela acontecer.
O contrário disso é o culto ao ego, ao "pequeno eu" que há dentro de cada um de nós, manifestado na não-aceitação do curso natural dos acontecimentos, quando ele não ocorre como gostaríamos. E que está presente no indivíduo que tenta se colocar sempre acima do todo a que pertence. Ao não conseguir fazê-lo, esse "eu" sofre exagerada e desnecessariamente para aceitar a parte que lhe cabe. Na vida, quanto mais você está centrado em si mesmo, sem compartilhar suas alegrias e suas frustrações com os outros, mais você sofre com a ausência de solidariedade, com o isolamento que impõe a si mesmo, com a falsa idéia de que está desamparado. Na morte, acontece a mesma coisa. Quanto menos você compartilha a sua dor - e o sofrimento é um dos elos fundamentais da humanidade -, mais insuportável ela se torna.
As perdas que você acumula ao longo da vida podem tanto potencializar o seu medo da morte quanto ensiná-lo a conviver melhor com a finitude.
Uma história antiga ajuda a entender melhor esse processo de pequenas aprendizagens - e como muitos de nós o ignoram. Um dia, há muito tempo, um homem resolveu fazer um trato com a Morte. Prometeu a ela que não ofereceria resistência quando sua hora chegasse. Mas pediu, em troca, que fosse avisado com antecedência porque queria ter tempo suficiente para terminar todas as suas tarefas. O acordo foi feito. Tempos depois, houve um acidente grave na cidade e muitos amigos do homem morreram. Anos mais tarde, um vizinho próximo faleceu. Em seguida, foi a vez de um tio. Até que o homem ficou doente e, em alguns meses, encontrou-se com a Morte. Ela tinha vindo buscá-lo. Revoltado, reclamou: "Eu pedi que você me avisasse quando viria e não recebi um sinal!" Ao que a Morte respondeu: "A morte dos seus amigos, do seu vizinho, do seu tio não bastaram?"
Para quem busca na filosofia maneiras de lidar melhor com a morte, as reflexões finais do filósofo grego Sócrates - condenado a tomar cicuta, um veneno letal -, realizadas no século V a.C., representam um excelente exercício de aceitação. "Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas. Ou o morto não tem absolutamente nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja. Ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lugar para outro", afirmou Sócrates. Em outras palavras: para quem não acredita na continuação da vida, a morte é o nada, é a ausência completa de angústias e desesperos, é o fim das aflições. E para quem acredita na continuação da vida, a morte é a passagem desta existência para outra melhor. De qualquer modo, a dor estaria na vida e não na morte.
Quando chegou o momento de beber o veneno, Sócrates disse a seus discípulos, numa última lição: "Mas já é hora de irmos: eu para a morte e vocês para viverem. Mas quem vai para melhor sorte é segredo, exceto para Deus."
A morte é um assunto tão complexo que sequer há uma concordância entre os cientistas quanto sua definição. No campo filosófico, essa discussão fica ainda mais sinuosa. "Apesar de considerarmos a morte como um evento biologicamente irreversível, ela não pode ser determinada exclusivamente pelo critério biológico, pois envolve também questões ontológicas e filosóficas", afirma o patologista forense Marcos de Almeida, professor de Medicina Legal e Bioética da Universidade Federal de São Paulo. Alma e consciência são sinônimos? Existe uma alma imortal? Se sim, para onde ela vai quando morremos? Sem respostas definitivas da ciência, o homem busca, nas crenças religiosas, explicações para o fenômeno da morte. Para uns, trata-se de uma passagem, uma transição desta vida para outra, mais plena e mais feliz. Para outros, é o momento máximo de iluminação, uma forma de libertação do sofrimento.
Há ainda aqueles para quem morrer é simplesmente deixar de existir - como se fôssemos uma lâmpada que se apaga, sem qualquer possibilidade de transcendência.
Se há uma outra vida que se segue à morte, existiria então uma continuidade da mente ou do espírito.
A visão espiritual da morte implica desapego. Afinal, é também por meio da aceitação da impermanência humana que a religião ajuda a suavizar o sofrimento causado pela finitude. Por outro lado, a idéia de transcendência, do indivíduo que vence a morte, paradoxalmente embute uma aspiração à perenidade, ao não admitir que o sujeito chegue a um fim e ao propor que ele perdure em algum outro lugar, existindo de alguma outra maneira.
Em oposição à visão espiritualista da morte, há a tradição materialista ocidental, que surgiu na Antigüidade e depois foi retomada pelos filósofos do Iluminismo, a partir do século XVIII, para a qual a morte é o fim total e absoluto. Nada mais do que a interrupção de um processo neurofisiológico, de um mero evento biológico. Essa concepção, mais tarde lapidada pelos existencialistas, como o francês Jean-Paul Sartre, funda muito da nossa visão de que morrer é um fracasso, um escândalo, uma idéia inconcebível com a qual é impossível lidar e inútil tentar conviver. "Morrer é um absurdo", escreveu o filósofo existencialista Arthur Schopenhauer (1788-1860). A morte não cabe na idéia cartesiana de vida - para a qual tudo poderia ser medido, compreendido, planejado. A finitude quebra a ilusão iluminista e antropocêntrica de que o homem poderia controlar tudo por meio da sua razão. A possibilidade de não estar mais aqui amanhã não cabe nesse jeito de entender o mundo.
O Ocidente, em seu esforço por não admitir a morte, está há pelo menos 30 anos obcecado pela idéia do jovem como metáfora de vida saudável. O envelhecimento, que também pode ser saudável, é visto sempre como decrepitude - e a morte é vista sempre como a epítome disso. "Há uma negação muito clara da finitude. Sobretudo porque os valores da sociedade de massa e de consumo são antagônicos à idéia de morte: o fetichismo da juventude eterna, os ideais de progresso, a acumulação de bens, a busca da imortalidade", diz Olgária Feres Matos, professora do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo. A sociedade ocidental vive um presente perpétuo, imediato. "Não há nem a visão de um futuro nem a evocação de um passado. Por isso, a morte não é admitida como uma experiência humana aceitável", afirma Olgária. O resultado é uma sociedade atormentada, que busca inutilmente a serenidade e a felicidade não no autoconhecimento, mas em fugas da realidade indiscutível de que um dia iremos deixar de existir.
A atitude de festejar a morte também está presente na cultura japonesa. "Povoado do Moinho", o último episódio do filme Sonhos (1992), do diretor japonês Akira Kurosawa, exibe o confronto entre a antiga concepção de morte, expressa nos ritos funerários do vilarejo, e a nova, ocidentalizada, representada por um forasteiro que assiste à cerimônia. O cortejo segue, alegre, pelas ruas do povoado. Crianças, jovens e adultos cantam e dançam durante todo o trajeto do enterro. Eles celebram a morte de uma das mulheres mais velhas da aldeia. O clima de festa surpreende o forasteiro, acostumado - como nós - à atmosfera sombria de boa parte da liturgia funerária ocidental. Um velhinho centenário, então, explica ao rapaz que é uma honra encontrar a morte depois de uma existência tão plena como a daquela mulher. Por isso, tal fato merece comemoração. A história mostra como o fato de morrer pode ser encarado com serenidade e satisfação, como uma homenagem à própria vida que terminou ali.
A morte já foi vista de modo mais familiar pelo Ocidente. E não faz tanto tempo assim. Até meados do século passado, era costume morrer em casa, cercado por parentes.A família reunia-se em volta do leito para ouvir a última palavra daquele que estava morrendo.Era um momento de despedida. Não se ocultava das crianças a morte como se faz atualmente. O velório também era, na maioria das vezes, realizado em casa - tradição que ainda sobrevive em algumas cidades do interior do Brasil. Existiam comidas típicas para a ocasião. Os parentes preparavam alguns pratos para receber os conhecidos que participavam do enterro. Havia, inclusive, cânticos e orações especiais para o momento.
Com a morte tendo sido transferida para a impessoalidade dos hospitais, perdemos a noção da importância dos rituais funerários, que conferem um sentido ao sofrimento e à morte. A expulsão da morte da nossa intimidade, privando aquele que está prestes a morrer da nossa ternura e da nossa solidariedade nos momentos finais, é uma metáfora da negação da finitude que operamos em nossas próprias vidas. "Os rituais de morte estão presentes em todas as sociedades do planeta. Servem para a compreensão 'social' do fenômeno: ajudam a digerir o impacto provocado pela perda do outro e funcionam como fator de agregação daquela sociedade
O temor do "contágio" pela morte explica a solidão e a frieza das unidades de terapia intensiva, onde, muitas vezes, os doentes terminais morrem sem a possibilidade de dizer uma última palavra aos que amam e sem ninguém que lhe ofereça conforto espiritual. Claro que morrer assim dá muito medo. Estabelece-se aí um círculo vicioso: temos pânico da morte porque ela nos parece horrível e a tornamos muito mais horrível do que poderia ser porque nos afastamos dela - e de quem morre.
Na filosofia oriental, existem práticas específicas de preparação para a morte. A principal delas é a meditação, que tem o objetivo de domar a mente, a ansiedade e as emoções negativas sempre - mas especialmente no momento em que a pessoa se aproxima da morte. A maior tranqüilidade dos orientais em relação à finitude se expressa também no maior respeito em relação aos velhos. As pessoas que se encaminham para o final da vida são respeitadas, incensadas. E, não raro, têm suas existências festejadas. Não são tornadas invisíveis e indesejáveis, como ocorre com freqüência no mundo ocidental.
Uma das imagens utilizadas na meditação para caracterizar os instantes finais da existência é a de uma bela atriz sentada em frente ao espelho. O último espetáculo está prestes a começar. Ela retoca a maquiagem e repassa a sua fala antes de pisar no palco pela última vez. Está preparada para a apresentação derradeira. Esse é o objetivo da meditação: adquirir a capacidade de manter a mente tranqüila e o espírito sereno no momento da morte, independente de quando e de como ela aconteça.
Reconcilie-se com a morte. Não por morbidez, não para se esquecer de viver, não porque seja bom deixar de existir. Mas simplesmente porque ela vai acontecer e não somente com você - mas com todos os que andaram, andam ou venham a andar sobre a Terra. A você e a mim, portanto, resta apenas aprender a conviver com ela. Encará-la de frente, compreendê-la, admiti-la. Em vez de escamoteá-la, negá-la, escondê-la. E, quem sabe, assim, sofrer menos com a visita que ela nos fará um dia e com os eventuais sinais da sua presença que ela já tenha plantado ao nosso redor. Desejo uma excelente vida para você.E uma boa morte.


Fontes:Algumas revistas "Veja" Superinteressante fev/2002. Café Filosófico e Ver Ciência(programas exibidos pela Tv Cultura,e que,costumo gravar)