segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sonetos

1 ano e meio me impediram de escreve-los,como escrevia com certa regularidade antes.
Agora,me inundo com eles,em minhas noites,como se amenizassem minha leve solidão noturna.
Enfim,talvez eu faça um blog só para eles.
A seguir,2 sonetos escritos na madrugada de sábado e 1 escrito ao cair da tarde na rodoviária de Atibaia/Estada para Mairiporã
(eles não tem título,não tenho costumo rotulá-los)

I

Descobri hoje que amor sozinho não existe
e que a angústia que me aflinge
não é algo que necessariamente me deixe triste
mas é algo que secamente me restringe.

Quero com alguém minhas angústias compartilhar
dar e receber amor prestante
Quero,nos seus olhos me encontrar
mesmo que seja por breves instantes.

O romantismo só existe
quando a angústia é jogada para fora
quando ela,ali,não mais persiste.

Mas ela renasce,e volta como agora
ela é descrita através da minha vaga poesia
que inutilmente minha caneta balbucia.


II

Sozinha,entre multidões
a alma vagueia a procurar abrigo.
Há tantos,como o dela,vazios corações
Há tantos,como ela,a procurar consolo amigo.

Amarga,uma vida sem sentido.
Os lábios procurando o que pronunciar
tentando,expressar a dor de ter perdido
mas pelas mãos,isso consegue mostrar


Confusa dialética consigo mesma
Seus escritos,seu café e cigarros sobre a mesa
de alguma forma amenizam sua tristeza.

Desesperada busca de alguém,vive
Alguém,a quem almeja completar
Alguém,a quem seus versos dedicar.


III

Pessoas andando por entre mim,sem destino
olhando para si mesmas,visão vazia
No que elas pensam?Rumam ao infinito
Pelas portas da rodoviária vejo o morrer do dia.

Algum tempo para ir embora levará
Me sinto melancólica ao voltar para casa
E pelo caminho,cada luz que se acenderá
vai lutar contra a noite,queimar lhe como brasa.

Pensamentos rompem minha mente
e a caneta a estuprar a brancura
do meu papel,num prazer inocente

Neste ônibus,seguindo nesta estrada é uma tortura
Mairiporã,tão perto de ti estou
levo para você a felicidade que me restou

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