domingo, 10 de abril de 2011

Paulistanagens #2


Otto Lara Rezende



"Tem isqueiro?"

"Tenho, só um instante"

"Que horas são moça?"

"8:40. Vem cá, deixo acender para você o cigarro"

"Engraçado né, os fumantes são um povo unido. A gente nega tudo, menos isqueiro e fósforo pro próximo"

"É coisa de paulista, você viaja prá outros estados e não rola isso naturalmente, isso de você pedir e eu te oferecer com um sorriso, sem ser cantada ou coisa do tipo. Eu morei um tempo no Rio Grande do Sul, eram poucos os que cediam o isqueiro sem te olhar com a cara feia, como se fumar fosse errado"

"Coisa de paulista"

"É, por isso acho que o Otto Lara Rezende disse besteira"

"Esse Otto aí disse o quê?"

"Ah, ele disse que o mineiro só é solidário no câncer. Mas é porque ele nunca pediu um isqueiro prá um paulista"

7 comentários:

Guilherme Navarro disse...

Tempão que você não nos blogueamos! Eu sempre me surpreendo quando venho aqui. Deveria postar mais e mais e mais.

Mislene Lopes disse...

Gostei do seu blog! Um comentário seu em um determinado Blog me chamou atenção e me trouxe até aqui!
Te seguindo!!
Beijos!!

Lê Fernands disse...

ou de um carioca!


rsrs



oi, katrina,
seja bem vinda ao benditas.

uma curiosidade: quem é glauco mattoso?


bjsmeus

Lê Fernands disse...

desculpe minha ignorância, agora já sei... vivendo e aprendendo.

que maravilha! =)


bjs.

Adonai disse...

Não concordo que seja somente de paulistas.. rs

Mas sim, curti isso aqui..
Gostei mesmo da forma que escreve tdo..

Parabéns!

Márcio Ahimsa disse...

"O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença."

Otto Lara Resende, 23 de fevereiro de 1992.

Unknown disse...

Deixo acender não existe, e não soou como liberdades de linguagem...