sexta-feira, 1 de abril de 2011

A pequenez das coisas amiúdes.

Você: senta em algum lugar e diz que vai escrever um poema. Tem que ter cama desarrumada, pensa: e tem que ter cigarros não posso esquecer de me referir a rima (vagabunda como você) e nem de fazer um trocadilho com Deus e bar (como se fosse ele que pagasse suas contas que correm com juros monstruosos e se acumulam sobre suas rugas de homem problemático e bipolar). Ao terminar sua poesia será igual as outras poesias arquivadas em suspiros de quem nem sabe o que é poesia de verdade. Suas linhas serão sempre de quem dirá muita coisa que se resume a nada. A pequenez das coisas amiúdes como você voam pelo chão de um outono que insiste em morrer sempre nas próximas estações (e que sempre será esquecida em guardanapos que gentilmente nos são oferecidos para limpar o canto da boca das migalhas que sobraram). Você é a maior mentira e por isso é a maior verdade.

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