sexta-feira, 1 de abril de 2011

Boa noite, e boa sorte.



"A nossa história é o resultado do que fazemos. Se continuarmos como estamos, a História se vingará e nos fará pagar. Às vezes, exaltemos a importância das idéias e da informação. Vamos sonhar com a possibilidade de um domingo à noite, no horário ocupado por Ed Sullivan, se faça um estudo clínico da educação. E que uma semana depois, o horário usado por Steve Allen, sirva para uma análise da política americana no Oriente Médio. Será que a imagem de nossos patrocinadores saíria arranhada? Será que os acionistas ficariam revoltados e reclamariam? O que aconteceria? A não ser que alguns milhões de pessoas se informassem mais sobre assuntos que determinam o futuro do país, e portanto, o futuro de nossas empresas. Áqueles que dizem que as pessoas não se interessam, que são complacentes, indiferentes e alienadas, eu apenas respondo que na minha opinião de repórter, há provas concretas de que essa afirmação é incorreta. Mas mesmo que não o seja, o que eles tem a perder? Se estiverem certos e nosso veículo (a televisão) só servir para divertir e alienar, a televisão está em perigo e logo veremos que nossa luta foi em vão. Este veículo pode esclarecer, pode ensinar e até inspirar, mas só pode fazer isso se as pessoas o usarem com esse objetivo. Senão, será apenas um monte de cabos e luzes dentro de uma caixa"

(Edward R. Murrow - Discurso proferido em 1964. Coletado do filme "Boa noite, e boa sorte")




O discurso, lido hoje, se tornou universal e por fim, atravessou gerações que se mantiveram sentadas frente à televisão, acompanhando a vida em intervalos preenchidos por comerciais da Coca- Cola. Nada mudou desde então, a não ser os métodos para calar os fatos e manipular a população. Talvez novos comerciais.





Um comentário:

Nara Sales disse...

Disse tudo. Adorei o texto.