quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Blues de Asfalto

Isso? Blues de asfalto, notas caídas dos teus olhos emaranhados de segredo, dos teus beijos carregados de poeira, da tua pele percorrida de desejo. Já estive, não estou mais. No teu corpo encontro um pouco do meu, tão seu. Mas isso, isso que eu lhe digo, é blues de asfalto. Amor cometido sem pecado, maculado coração de Maria, eu digo
é blues de asfalto
que eu canto enquanto você sangra milagres que eu transformo em algo que chegue aos teus ouvidos como promessas
orações incendiadas de fé e fluídos, isqueiro. Simbolicamente Cruz e Souza & Baudelaire ás 5 da tarde em teus lábios
& seremos mais puros que o sangue, quase tão perto de Deus que vamos além dele
Miller voltando para Paris, olhos cheios de paz e o corpo desfacelado em pecado e você
dirá, é blues de asfalto, mas o tempo é um cancêr que está se comendo e não há de sobrar nada para nós, famintos de blues. De asfalto.
(de um pouco de pão, de circo. Amor?)

5 comentários:

Carolina disse...

É, lindo! Adorei o jogo de palavras... gostei desse blues de asfalto.

Anônimo disse...

Quem nunca se enrolou em mar de pano e cobriu todos as partes nossas/vossas/deles, que não vão, não voltam, seguem e continuam. É Panis et Circenses, é blues de asfalto, é o trickster do ego. Um beijo!

Vanessa Cristina disse...

Blues de asfalto... Gostei.


Beijo
:*

a disse...

Seu texto tem qualquer coisa de Clarice Lispctor. Ao menos assim me pareceu.

Márcia disse...

tão lindo aqui *-*