quinta-feira, 22 de julho de 2010

Rascunho de babel.

da mentira do não
a verdade do sim
( só ela mesma e quem
é ilimitadamente )

para que um tolo entenda
( como triste eu ) que nem
mil meandros da mente
valem uma violeta


E.E Cummings




Tínhamos nossas obras completas futurísticas
guardadas com todo o esmero por todos os bibliotecários de Babel que se comoviam com nossos planos de alçar vôos mais altos como um dia quis Ícaro,
inocente
prepotente demais para suas asas de cera.

O que eu pensara ser definitivo
era apenas um rascunho
que aos poucos meus dedos
e os seus
vão borrando com mágoas
até que sejam
indecifráveis
todas essas lembranças
que a minha juventude
insiste em dizer
que foram as melhores.

8 comentários:

Rhaissa disse...

Isso não é lixo nem que você queira.
Gostei.

Natacia Araújo disse...

Gosto de pensar que esses rascunhos da vida são os melhores fragmentos póstumos.
Maravilha!

deh. disse...

genteee.. que coisa mais linda!
fiquei tao sem palavras aqui.

beijocas.

Jessica disse...

O que hoje se chama de melhores, amanhã vai se chamar passado.

Ainda estou procurando o Lixo por aqui. Quando encontrar, eu falo.

Marcel Hartmann disse...

Nossa juventude adora colocar tudo como o máximo. Ou como uma merda. Extremos extremos. Pq a gnt aproveita a vida bem, né?

Daniel disse...

O tempo faz com que vejamos as coisas com mais romantismo do que na época em que realmente aconteceram. Deve ser o tão amadurecimento. Enxergamos com outros olhos.
Daniel

Rene Serafim - "Juninho" disse...

ora rascunho outrora definitivo... talvez rascunhos sejam traços definitivos nas nossas vidas.

R. disse...

A mágoa borra tanto que, quando lembrança, nem parece mágoa mais. Parece quase carinho, coisa boa. Ou eu só sou burro, sei lá.

Belíssimo. Como sempre.

Bjs!