quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sob uma lua de tango


Você acorda meu corpo de todas as promessas e imperfeições deste mundo amassado dentro da minha cabeça com seu cheiro agradável dos maços de cigarros que comprei na noite passada e que roubou alguns como roubou boa parte de mim e canta em meu ouvido nossos velhos tangos de amor, desse que se foi há muito tempo atrás sem nos dizer adeus. Acompanho suas pernas que envolvem as minhas e as tragam num suspiro único como Gardel jamais conseguiria fazer
agora estátua de pedra, não diferente de nós que num último tango silenciado por um cigarro que acabou e espera encontrar outro para preencher esse vazio de todas as canções.
Em algum lugar desejaria que eu fosse quem ama
mas não desejaria que fosse ninguém

Então vou almejar um céu do qual possamos compartilhar já que somos pó perante tudo,
buscando algo com o qual possamos chamar de vida
 e a minha se torna um pouco menos vida, muito mais destino, 
ao cruzar meus passos aos seus sob uma lua de tango &; dizer com a voz embriagada de nostalgia 
que você me conduz para dentro dos meus sonhos de Ícaro 
sem nenhum medo de alcançar o sol
& mesmo Ícaro de asas de carne e sorriso infantil
eu me derreteria por você.

3 comentários:

Henrique Miné disse...

o gostoso de ler vc são essas imagens que vc cria, essa ambientação de cada texto.

"embriagada de nostalgia", tá vendo?

lindo, como sempre!

beeijo!

Érica disse...

Tanta coisa pra sentir, pensar, achar, querer... Tu sabes bem como colocar em palavras essas coisas que deixam a vida essa coisa toda.

Beijos

Julio P Vicente disse...

de fuder.