sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Em algumas horas

Não há qualquer honra em esperar em vão as horas serem exatamente aquelas que deveriam ser, e não são.
(Hermamm Hesse)





Então é madrugada
de novo
como sempre e mesmo que amanheça ainda será madrugada neste espaço minúsculo onde
eu deveria carregar um coração mas ele deve e provavelmente está enterrado como o de seth então quem o encontrar terá em suas mãos algo inútil e terá o poder de acabar com toda essa inutilidade & eu irei sorrir a contragosto e porque eu gosto sim de sorrir quando nada faz sentido porque isso não faz sentido
mas é
madrugada e estão todos ao meu redor e eu não sou eu
sou outra pessoa até melhor porque ela é fria mais fria do que o tempo que está lá fora e que nenhum relógio
QUE DELIRA
marca nos ponteiros
essa falta quase que ardente, que rasga & que esvazia os meus olhos algumas vezes que eles deveriam
sei lá
observar o quanto isso tem sido patético para mim mas ao mesmo tempo único & e doce
tão doce que eu sei
ah mas eu sempre sei, como se Delphos fosse logo ali
que vai acabar, como sempre acaba, como sempre se acorda de um sonho para a realidade
(este sonho que fuma loucamente e que diz que vai me esperar)
assim como são 6 horas e já não é madrugada.