segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Laelia.




- Qual flor me indicaria?
- Uma orquídea.
- Não entendo nada de orquídeas, acho as apenas delicadas.
- Delicadas e sensuais.
- Sensuais?
- Sim, sensuais. Seu perfume e suas cores vibrantes sempre nos excitam.
- Mulheres!
- Hermafroditas. Orquídeas possuem os dois sexos.
- Não acredito! Uma flor tão feminina!
- Porque não acreditar? Nós homens também temos uma parcela feminina em nossos genes. Esqueceu que temos um X? Claro que não afloramos com facilidade esse nosso X, mas ele está ali para provar que nós homens não somos totalmente homens, temos a delicadeza das mulheres adormecida. Isso se aplicaria as orquídeas.Elas possuem um androceu, que seria o seu orgão masculino, o seu grande Y exótico, que está ali por meramente necessidade reprodutiva. Mas isso não tiram delas a sua femininidade, tão exclusiva delas e só delas.
- Ah? Nunca fui muito boa nessas coisas.
- No quê?
- Sexo.
- As orquídeas são ótimas amantes. Exalam seu perfume e explodem em suas mais diversas cores, o que atraem os insetos ao seu interior. Oferecem-lhes seu doce ginoceu, ali tão protegido como se fosse algo intacto, puríssimo, embebido em resquícios de néctar e pólen, que fazem seus amantes delirarem. Êxtase.
- Mas isso ocorreria, caso eu a levasse para casa?
- Claro, você seria sua amante. Não de todo o modo, como lhe diria? Ah, você se sentiria em êxtase a cada vez que tocasse delicadamente suas pétalas, exalasse o cheiro de seu ginoceu e levasse aos seus lábios um pouco daquele néctar. Flertar com sua orquídea ajudaria a floresce-la. Manter-se sempre jovem, bem cuidada. Amor recípocro. Próprio.
- A orquídea?
- Ambas.