sábado, 12 de janeiro de 2008

Artesã das palavras

Ultimamente tenho me dedicado mais aos meus poemas.Me sinto mais a vontade os escrevendo do que ao escrever um texto para este miserável blog.Nos poemas,posso me dispersar mais,ser livre nas palavras,ser sincera.Nos textos,morro de medo de me dispersar,perder o fio da meada,o raciocínio. Talvez seja por isso que em casa há tantos papéis de variadas cores(alguns amassados,confesso),com rascunhos de poesias,com ínúmeras rasuras.Para quem gosta de escrever em papéis,sabe o quanto é mágico ver rasuras nos textos(ou no meu caso,nos poemas).De alguma forma,elas me provam,o quanto qualquer coisa que escrevo é mutável.Ok,isso também pode ocorrer quando escrevo algo no computador(como agora),mas,sinceramente,não tem a menor graça.A cada folha amassada e cheia de rasuras e com letras ilegíveis,a cada novo poema,limpo,com bela grafia,me sinto uma artesã.Uma artesã que modela palavras.
Trabalho árduo esse!
Depois de todo o processo de moldagem(isso é,escrever,ler,rasurar,escrever por cima,reler,passar a limpo,dar mais algumas rasuras,sentir que os versos fluem entre si,novamente passar a limpo e admirar o trabalho),aí terá de pessar pelo olho crítico.Se está razoável,ótimo.Levo para o meu mais apaixonado leitor(e o meu mais sincero crítico literário),que me dirá se realmente está um bom trabalho ou não.Geralmente,ele sempre elogia o que escrevo.Se,por por algum motivo,o que escrevo não passou sentimento algum,se não houve reflexão alguma após a leitura,infelizmente,LATA DO LIXO.Ok,não sou tão radical assim.Existem alguns poemas que merecem uma segunda chance,e novamente,o trabalho árduo recomeça.Não há uma fórmula mágica para se escrever um poema.Cada um escreve como lhe convém.Não costumo escrever quando estou triste.Sempre considero o produto desse estado extremamente forçado e infantil,beirando aos poemas que os pseudogóticos adoram por em seus profiles do orkut(A la "Lua negra que paira sobre mim,influênciando meus sentimentos,e blá blá blá").Não que eu considere esse tipo de poesia algo forçado e infantil,longe disso.Vindo de mim,soaria extremamente forçado e infantil.Gosto que minhas poesias saiam simples.Não simbólicas,não parnasianas,não barrocas.Mesmo os sonetos,minha forma preferida de versar,tento os fazer simples,de rimas simples(mas não clichês,não confundam).Não nego que minhas principais inspirações para os escreverem,são dos meus dois poetas favoritos,os dois grandes poetas do amor,em minha sincera opinião:Vinicius de Moraes e Pablo Neruda.
Mas,já não saem grandes sonetos.E nem grandes poesias.Espero ainda o grande poema da minha vida,aquele que me marcará para sempre,aquele que eu sentirei enorme orgulho de ter escrito(não que eu não me orgulhe do que escrevo)
E sabem,no fundo é isso que motiva os escritores e poetas,sendo eles anônimos ou consagrados.Escrever a sua grande obra.É ela que nos motiva a escrever mais e mais.É uma interminável caçada que nunca chega ao fim.E,tenho que concordar,seria um tédio não ter o que alcançar.
(e é mais um texto que acaba sem nexo algum com tudo o que eu disse anteriormente)
(Mas eu sou a pior crítica existente dos meus textos)

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