sexta-feira, 19 de junho de 2009

Onírica fuga.

Não se assustes com meus olhos destilados de loucura que acompanham e descompõem as notas que emanam do teu corpo que procuram no meu algum ritmo para essa mentira em que estamos dançando, frenéticas sobre o primeiro chão que nos acomodou
minhas costas estão geladas mas não apagou meu desejo
o vermelho delicado, chama de vela, brasa que absorvo
me envolve numa valsa decadente
nossos lábios tateando no escuro com gosto de cigarros
(os teus eram dos vermelhos, os meus eram dos azuis)
encontrando palavras em sussurros promissores, daquilo que nossos peitos arfantes e nossas mãos em fúria já haviam dito antes.
Teus olhos brincam e se perdem dentro dos meus, apáticos de sono, dos quais a cidade não os deixa descansar
e buscam
no contorno exato do teu sorriso
algo que não me deixe partir, que não me faça lhe deixar para trás dos meus delírios, que não lhe trancafie nos meus sonhos

[Meus sonhos não tocam com a mesma facilidade dos quais toco minhas canções]



Ainda tenho a sua pele sobre a minha, o chão escorregadio, as risadas.
Seu telefone no fundo da minha bolsa, delineador dos seus olhos que borrei em forma de números num guardanapo qualquer.

3 comentários:

Arthur disse...

diáfano como a fumaça dos cigarros!

Márcia disse...

Ainda tem o suficiente para usar os números borrados e libertar seus sonhos...
O adeus fere.

lindo dia flor
beijos

Anônimo disse...

A paixão segundo Katrina!


rs


Muito bom,aquela coisa meio tango
meio vinícius meio shakespeare...

euheueheeh


bjos