terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Após o café

Foi o que ele disse, preciso dessa loucura para enlouquecer & então deixar tudo a revelia do destino, talvez, os homens não mais o saibam há tanto tempo que se esqueceram dentro dos seus corpos. Faz sentido, e não houve interrogação na minha frase enquanto ele terminava o café e roubava minhas mãos para escrever algo que contradiga o amor, que não pode ser escrito por não precisar de letras e nunca ser preciso.

A vida é uma escolha estúpida.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre

Sobre o café
sobre a mesa
digo que esfriou,
como você
sobre mim
sobre nós.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Misto quente

8 da manhã e o som insistente do sino sob o balcão poderia enlouquecer qualquer um, se todos não morassem em São Paulo e já carregarem consigo a loucura da sinfonia do caos ao acordarem. O gerente dava o ar de bonachão simpático, escondendo entre um sorriso aqui e outro ali, a bronca que daria no chapeiro por colocar mais queijo do que deveria no misto quente. Se visse mais uma fatia sendo sobreposta a outra sob uma fina camada de presunto, descontaria do seu salário.
Algumas pessoas já tinham suas cestas recheadas de compotas, pães e bolachas e o ar impregnava o cheiro típico de expressos sendo pedidos para viagem. Os poucos que resistiam ao relógio permaneciam no balcão, olhos grudados no jornal da manhã conferindo a ultima rodada do campeonato brasileiro, discutindo como velhos conhecidos o lugar ideal para onde mandariam o juiz.
Uma moça roe as unhas enquanto observa o senhor ao lado mexer em seu lanche, que reclama para o gerente a falta do bacon que pediu com tamanha insistência que seria dificilmente esquecido. O gerente pede que espere e se dirige ao chapeiro, o culpando por pôr mais queijo nos mistos quentes e menos bacon nos hamburguers. A moça, num descuido do senhor ao lado, rouba o seu lanche e sai correndo pelas ruas, deixando para trás algumas folhas de alface que escaparam, ensopadas de gordura e maionese. O gerente possesso, consegue se desvincilhar de alguns clientes que estavam em sua frente para poder correr atrás da ladra, em gritos histéricos para que a parassem e que chamassem a polícia.

Os clientes, assustados com os gritos do gerente, já sussurravam entre si que o ladrão estava armado e que um dos caixas havia sido baleado, por reagir ao assalto. Também começaram a sair correndo, assustados, sem passar pelo caixa, que estaria morto.

Fecharam a padaria assim que constataram o prejuízo causado pelo pequeno furto de um lanche que seria jogado no lixo. Quando a polícia chegou, o gerente teve vergonha de admitir para os políciais e para os sócios que havia deixado a padaria, e os clientes, para correr atrás de uma moça faminta que roubara um dos lanches do balcão. Sustentou o boato do ladrão, esclarecendo que o caixa só não fora atingido porque ele havia impedido com sua coragem e pulso firme. Esclarecido os fatos, ele se aproxima do chapeiro furioso e comenta

- Culpa sua! Quantas vezes eu tenho que dizer para não por mais queijo nos mistos, hein?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sarau Eurídice


Caros amigos, leitores & blogueiros que me seguem, que comentam ou simplesmente só passam aqui para revirar o lixo.

É com muita alegria que venho informar a vocês a realização do primeiro "Sarau Eurídice", um sarau voltado a literatura escondida e fermentada em blogs e refúgios virtuais, com o intuíto de divulgar o trabalho de cada um de nós, blogueiros promíscuos e preguiçosos, que preferem a praticidade do virtual do que as dificuldades do real. Claro, além de ser uma oportunidade para que possamos fazer novos contatos.

Confesso que eu não aguentei guardar isso em segredo, mesmo sem definir o dia, apesar da estrutura já estar em pé. Parte porque acho importante divulgar isso a vocês, para que já possam se preparar. Parte porque precisarei do apoio de vocês (digo, de quem topar entrar nessa).

Antes de mais nada, algumas informações importantes:

- O Sarau será realizado na cidade de São Paulo entre os meses de fevereiro e março.

- Todos estão convidados para os debates com nossos convidados (por ora, não posso revelar os nomes. Surpresa). Para as declamações das poesias e textos, haverá uma avaliação prévia, para que não haja repetições exaustivas sobre um mesmo assunto.

-O nome Eurídice é tirado do mito de Orpheu, poeta e músico que a tinha como musa. Mais detalhes, é só correrem atrás da história completa.

- Aos interessados em ajudar, em quaisquer coisas, só me contactar: lemaladive@gmail.com

OBS: Esse não é o texto de apresentação oficial, fiquem tranquilos. É apenas algo escrito com certa pressa e ansiedade, livre de qualquer obrigação culta ou profunda em relação ao que está sendo proposto.

OBS2: Quero agradecer aos parceiros desde o começo da idéia:
Escritor Depre (que me impediu de revelar a identidade secreta)