Para Eduardo, que partiu para tão longe onde somente as flores saberão onde é.
Você me deixou vazia sem mesmo saber que o faria, e assim como eu, talvez não se importaria em ir embora sem ter me dito um adeus ou um eu te espero na próxima esquina, não demore. Me deixou sem as lembranças que poderíamos ter tido juntos. Deixou o silêncio dos risos, a ausência de um abraço, a dor do desconhecido, umas lágrimas sem motivo. Me deixou sem respostas, sem perguntas. Me deixou com a certeza de que a vida é breve e de como o resto é patético perante a partida. Me deixou com um gosto amargo de insatisfação, de vontade de permanecer aqui mais um pouco. Me deixou com a sensação de fragilidade, como se cada respirar fosse o último, como se a felicidade fosse rara. Me deixou sozinha em casa inventado lembranças para ter com o que sentir, deixou um frio no peito, os dedos trêmulos. Deixou a porta entreaberta e o medo da proximidade da morte a espreita ali, me olhando com olhos repletos de névoa e espera.
Juro que amanhã, algum dia, eu entenderei você.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
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6 comentários:
Te lendo, tenho a certeza que teces melhor que eu. Teu texto é forte e verdadeiro. A dor da partida, é uma das dores mais doloridas. E acabo de perder alguém que muito estimo, e estou tentando desesperadamente entender, pq foi assim sem adeus!
Beijos
acho que ninguem nunca vai conseguir entender ninguem alem de si proprio.
morreu ou te trocou por outra?
o mais importante é que ele deixou...
o resto depois você aprende a significar!!
A dor da partida e o recomeço,bom tema!
'Me deixou sozinha em casa inventado lembranças para ter com o que sentir' essa parte,em especial é linda!
bjoss
Perdas que nos arrancam o chão, que nos fazem levitar na incompreensão. Perdi amiga muito querida, está doendo em mim, não voltará, a vida segue sem que eu entenda pois nem ela deve ter entendido o que fez :(
beijos flor
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