Gosto de dizer que sou um escritor, olhar ao meu redor e ver sobre a mesa alguns dos meus livros, cada página um não a algo: vida social, televisão, jogos e a internet (em seus primórdios quando não desconfiávamos do monstro que alimentávamos com nossos restos). Alguns livros e alguma solidão, satisfatória para uma vida tranquila e inquieta para um ego que jamais se satisfaz com pequenas notas em jornais, em resenhas feitas sem emoção para revistas, com leitores tímidos que fingem que eu não sou eu, ou que sou eu e não gostaria de um elogio naquela fila do caixa ou entre uma prateleira e outra na livraria.
Confesso que a solidão se tornou satisfatória porque me conformei tão rápido me era necessário enfrenta-la. Não era medo ou fraqueza, mas sou maior que o isolamento que me foi dado em vida, entendem? Falando em vida, há sempre o desejo de se tornar mais do que um best seller ao lado dos romances adolescentes e os de auto ajuda, número um em revistas populares e sites muito acessados. Algo como ter um livro obrigatório nas escolas ou nos vestibulares, resenhas feitas pelos leitores para algum tipo de mídia dos intelectuais. Livros esquecidos em sebos e encontrados por jovens apaixonados, que pagariam qualquer coisa para me terem.
Queria também ser perguntinha de vestibular, essa coisa que decide a vida.
Meu ego é insaciável. Prá isso, a gente dá o nome de ambição
Para estar entre os melhores, antes de mais nada, preciso estar morto.
4 comentários:
Quando li a parte da solidão, recordei com o corpo o qto assustadora ela é p mim, q sempre fui sozinho e nunca me acostumei..
já a morte ela costuma ser um bom meio de divulgação mesmo... a parte ruim é n poder alimentar o vício (vício mesmo, doentio) da escrita e poder sofrer crises de abstinência no outro plano astral e acabar numa clínica celestial de reabilitação rodeado de anjinhos meigos e atenciosos.
Um caldo de melancolia amarga despencou no meu estômago. Poucos textos me deixam assim, extasiado.
esse suspense de esperar o próximo capítulo é quase um outro personagem
como o paulo disse, também me encantei com a parte da solidão.
continua aí que queremos mais.
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