sexta-feira, 22 de julho de 2011
Anti-história.
sábado, 16 de julho de 2011
Sobre o tudo.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Diário de Bordo.
sábado, 9 de julho de 2011
Movimento Rápido dos olhos - 5º capítulo
Eu já tinha algumas rugas e muitas dívidas, um ótimo começo para um escritor. Acrescente a isso a incapacidade social de aproximação com o sexo oposto e a falta de prática com o manuseio de copos cheios de álcool. Conversas apócrifas com Dostoievski de bom humor em dias que Deus ex machina dava o ar de sua graça eram tão comuns quanto os insultos imaginados do caminho da padaria até minha casa devido à caixa (aquela vadia) que nunca me sorria .
Pra isso a gente dá o nome de determinação
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Movimento Rápido dos olhos - 4º capítulo
Para Guilherme Navarro, Antônio La Carne e Julio Perestrelo
e aos demais leitores.
Escrevo todos os dias para ela, um poema, um conto ou até mesmo uma crônica do meu dia de funcionário público do Estado, mal remunerado e completamente apaixonado por algo, ela, impossível aquisição porque ela, nossa, de todos. Elogia-me sempre e diz que vou longe com aquelas palavras, tão longe quanto possa ser meus sonhos, não digo, mas que são mais baratos que os da padaria. Ela desconfia das batidas escancaras do meu peito, disfarçadas pelas remessas de processos (kafkanianos) sobre a mesa que titubeio em sua presença, com um sorrio e alguns gestos que indicam “é, muito trabalho para pouco resultado”. Escondo dela que sei mais de Shakeaspeare do que as peças que ela já encenou um dia na sua juventude e que Keats sempre fora melhor que Byron, que eu detestava, mas que ela gostava tanto que dera ao seu gato o mesmo nome e jamais saberíamos que amor é aquele que morreria em 12 anos e que ficaria apenas nas lembranças. O nosso?
Eu achava que a amava, essa era a verdade. Mas descobri que era apenas um pretexto para escrever todos os dias alguma coisa a alguém.
Pra isso, a gente dá o nome de disciplina.
Sempre escrevo eu te odeio a lápis, me arrependo e apago, e escrevo a caneta eu te amo.
Um dia eu ainda pretendo não escrever mais nada.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Movimento Rápido dos olhos - 3º capítulo
Gosto de dizer que sou um escritor, olhar ao meu redor e ver sobre a mesa alguns dos meus livros, cada página um não a algo: vida social, televisão, jogos e a internet (em seus primórdios quando não desconfiávamos do monstro que alimentávamos com nossos restos). Alguns livros e alguma solidão, satisfatória para uma vida tranquila e inquieta para um ego que jamais se satisfaz com pequenas notas em jornais, em resenhas feitas sem emoção para revistas, com leitores tímidos que fingem que eu não sou eu, ou que sou eu e não gostaria de um elogio naquela fila do caixa ou entre uma prateleira e outra na livraria.
Confesso que a solidão se tornou satisfatória porque me conformei tão rápido me era necessário enfrenta-la. Não era medo ou fraqueza, mas sou maior que o isolamento que me foi dado em vida, entendem? Falando em vida, há sempre o desejo de se tornar mais do que um best seller ao lado dos romances adolescentes e os de auto ajuda, número um em revistas populares e sites muito acessados. Algo como ter um livro obrigatório nas escolas ou nos vestibulares, resenhas feitas pelos leitores para algum tipo de mídia dos intelectuais. Livros esquecidos em sebos e encontrados por jovens apaixonados, que pagariam qualquer coisa para me terem.
Queria também ser perguntinha de vestibular, essa coisa que decide a vida.
Meu ego é insaciável. Prá isso, a gente dá o nome de ambição
Para estar entre os melhores, antes de mais nada, preciso estar morto.