Despertando ao som de Misunderstood - Wilco
Não diria exatamente que PODERIA ser um sonho a ser realizado, até porque, não tinha exatamente um sonho ou uma meta, nem mesmo um rascunho de um desejo aos poucos esquecido. Mas era bom & era o que lhe bastava para acreditar que aquilo poderia ser chamado então de sonho ou qualquer coisa que fosse bom o suficiente para não ser real. Começou quando
(não tinha exatamente um começo mas apenas a percepção de que algo já estava se transcrevendo enquanto suas pálpebras caiam sobre os seus olhos o afundando em movimentos lisérgicos por minutos, até que se afogasse & voltasse do mundo dos mortos, bocejando pela casa com os olhos semi abertos)
chegara exausto do trabalho e algumas cartas se encontravam espalhadas sobre seu sofá. Até onde se lembrava, os correios não entravam em casas trancadas e acorrentadas de pessoas neuróticas com mania de perseguição (mas ele só tinha medo de infartos fulminantes, abduções, amnésias repentinas e de pessoas com mais de 70 anos ainda vivas)
e deixavam correspondências sobre sofás empoeirados e rasgados por unhas afiadas de felinos com tendências satânicas (a combinação dos fatores mataria qualquer carteiro alérgico).
E por mais que seus olhos cansados se recusassem a acreditar, o mais absurdo não era nem o número expressivo de cartas sobre seu sofá datadas de muitos dias atrás, tantos que poderiam ser anos a fio, mas o fato de não ser qualquer cobrança ou um equívoco, se tratando de qualquer homônimo (e ele sempre se sentira único).
Conhecia bem aquela disposição de letras, aquela coisa chamada texto com aquela caligrafia íntima. E era tão incrivelmente ele que poderia ser dele cada imagem descrita. Por um instante achou que estava ficando louco ao encontrar as pontes para sua memória destruídas(sendo a loucura um estado consciente de um nada interminável ).
(não tinha exatamente um começo mas apenas a percepção de que algo já estava se transcrevendo enquanto suas pálpebras caiam sobre os seus olhos o afundando em movimentos lisérgicos por minutos, até que se afogasse & voltasse do mundo dos mortos, bocejando pela casa com os olhos semi abertos)
chegara exausto do trabalho e algumas cartas se encontravam espalhadas sobre seu sofá. Até onde se lembrava, os correios não entravam em casas trancadas e acorrentadas de pessoas neuróticas com mania de perseguição (mas ele só tinha medo de infartos fulminantes, abduções, amnésias repentinas e de pessoas com mais de 70 anos ainda vivas)
e deixavam correspondências sobre sofás empoeirados e rasgados por unhas afiadas de felinos com tendências satânicas (a combinação dos fatores mataria qualquer carteiro alérgico).
E por mais que seus olhos cansados se recusassem a acreditar, o mais absurdo não era nem o número expressivo de cartas sobre seu sofá datadas de muitos dias atrás, tantos que poderiam ser anos a fio, mas o fato de não ser qualquer cobrança ou um equívoco, se tratando de qualquer homônimo (e ele sempre se sentira único).
Conhecia bem aquela disposição de letras, aquela coisa chamada texto com aquela caligrafia íntima. E era tão incrivelmente ele que poderia ser dele cada imagem descrita. Por um instante achou que estava ficando louco ao encontrar as pontes para sua memória destruídas(sendo a loucura um estado consciente de um nada interminável ).
Mas lembrou-se que em breve começaria o notíciario e que o jantar precisava ser feito.
A vida odeia ser simples.
3 comentários:
Katrina, ótimo texto, e já estou ansioso pra ler as outras partes da novela.
Abraço & keep going!
Não sei qual é o pior, essa vida sendo simples demais ou o ódio que vem de toda essa simplicidade (que às vezes é fácil, às vezes não é, às vezes obscuro, mas no final tudo é simples como água).
Esse estilo de escrever comentários entre parênteses é de um escritor (que eu estou reconhecendo mas não lembro) ou eé teu mesmo e eu já to meio que acostumada ao teu estilo?
Ótimo ler essa novelo. Curiosa para ler mais (:
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