Como vai os rancores e as falências?
Vão muito bem, temperadas com pimenta
servidas com um copo generoso
de angústia
sábado, 30 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Hortelã, sabor menta(lizar)
Sentimenta (lismo)
sabor hortelã
R$ 0,10 ali na esquina.
Na lingua resta um pedacinho de aflição
áspera como calçada
(das que você anda
de olhos fechados)
entre um dente e outro.
Sinto pena
por nada
(nem a escova de dentes)
a alcançar.
Nesse copo em que bebe desesperada (na mente)
meta linguagem
e reflita
alguma luz.
Eu te (des)espero.
sabor hortelã
R$ 0,10 ali na esquina.
Na lingua resta um pedacinho de aflição
áspera como calçada
(das que você anda
de olhos fechados)
entre um dente e outro.
Sinto pena
por nada
(nem a escova de dentes)
a alcançar.
Nesse copo em que bebe desesperada (na mente)
meta linguagem
e reflita
alguma luz.
Eu te (des)espero.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Cheiro de Orquídeas
Para Igor
Se levantou com todas as promessas e imperfeições do mundo em sua cabeça amassada de insônia e cansaço, com o cheiro agradável de orquídeas que ela usava há tanto tempo. Olhou em volta, ainda era o mesmo quarto, sempre seria aquele quarto. E não havia nada no mundo mais agradável do que aquela estabilidade encontrada entre as suas roupas espalhadas e sua alma revirada, ela pediu que não mexesse em absolutamente nada após sua morte e ele respeitava o desejo dos mortos tanto quanto se respeitava os designos dos dias. A janela aberta que dava pro vizinho, também insone, o qual nunca havia visto de perto e que gostava de brincar com a possibilidade de não existir, ser um personagem inventado por ele mesmo, para lhe acompanhar pela madrugada, olhos que se cruzam nas frestas das janelas, a esquisitice de um pertubando o outro até que a falta dela também os pertubassem. Nada parecia tão meticulosamente perfeito quanto o desenho das rachaduras na parede, tão completo como a estante dos velhos livros que eram lidos no tempo em que se lia, tão intenso quanto os cd's que insistia em comprar no lugar de armazená-los no seu computador. Ainda era das antigas, diziam, era esquisito, talvez o vizinho da frente pensasse assim, pouco importava.
A vida, sem ação, cronológica, Cazuza falando que o tempo não pára, mas ele havia parado sim. Em algum momento ele parou, exercendo ação sobre a vida, dois corpos, dois movimentos antagônicos. Fricção e faíscas, mas nada mais queimava, além das velas.
O vizinho, pela fresta, observava algo. Voyerismo, primeira e única opção. Nunca viu graça em provocá-lo, o trabalho sempre o impedia de tramar algo contra ele e já não sentia mais qualquer tesão por homens, há muito tempo. "Você precisa enlouquecer", ouvia, que música mesmo? "Você precisa enlouquecer e fugir daqui, de mim", era assim que começava, era bonita a canção. Agora outra, outra voz também "mas você reagiu mal por que você não esperava, mas eu te esperei e a gente se desesperou". A memória se perdia pela casa, em alguma gaveta, misturada a bagunça do quarto. Ou estava do lado mais frio da cama, onde ele não ousava mudar. O cheiro de orquídeas era tão forte que temia que o vizinho se incomodasse, ou lhe perguntasse onde comprou a essência. "É de morte", ele pensava sempre em responder. O vizinho dos passos sorrateiros, do olhar misterioso pela fresta da janela procurando o seu olhar pela fresta da janela e das audições noturnas de Belchior, da fumaça degradê de cigarro que escapava pelas janelas, o mesmo que em dias de chuva deixa as janelas abertas só para deixar o sentimento de casa abandonada onde o vento poderia fazer o que bem entendesse. Mas não ia se comunicar com ele, jamais. Orgulho não permitia.
Ela morreu numa manhã assim, meio acinzentada. Chorava pelos cantos com uma carta em mãos da qual ele nunca se interessou pelo conteúdo porque sua atenção estava voltada aos olhos úmidos dela, olhos que ele não entendia porque se tornaram tão fuscos, fumaça encobrindo aqueles sonhos mesquinhos de menina interiorizada. Culpa dela, que nunca se empenhou em nada por ele, nunca tentou engolir aquela vida que ele lhe dera de presente. Nunca fechava as janelas, nunca estava ali. Tomou calmantes, morreu dormindo ao lado esquerdo da cama, o lado mais frio, bilhete sobre a mesa, "por favor, após a minha morte, não mexa em nada, não estrague sua vida com a minha morte. Vão te culpar por ela, fuja". Não mexeu, o cheiro de orquídeas era tão forte ainda e ela estava lá, do lado mais frio da cama a memória vai se perdendo. A vida parece ter gosto de éter.
Era bom conservar um pouco de dor.
O vizinho, fugiu. Já fazia algum tempo, tinha lido em algum lugar. Na carta? Não sabe.
E o lapso, incalculável, tão vasto quanto longa é a totalidade do tempo, que teria parecido querer, à sua maneira, persistir, submerge, ao mesmo tempo, paradoxal, no passado e no futuro, e naufraga, como o resto, ou o arrasta consigo, inenarrável, no nada universal
(Juan Jose Saer)
(Juan Jose Saer)
Se levantou com todas as promessas e imperfeições do mundo em sua cabeça amassada de insônia e cansaço, com o cheiro agradável de orquídeas que ela usava há tanto tempo. Olhou em volta, ainda era o mesmo quarto, sempre seria aquele quarto. E não havia nada no mundo mais agradável do que aquela estabilidade encontrada entre as suas roupas espalhadas e sua alma revirada, ela pediu que não mexesse em absolutamente nada após sua morte e ele respeitava o desejo dos mortos tanto quanto se respeitava os designos dos dias. A janela aberta que dava pro vizinho, também insone, o qual nunca havia visto de perto e que gostava de brincar com a possibilidade de não existir, ser um personagem inventado por ele mesmo, para lhe acompanhar pela madrugada, olhos que se cruzam nas frestas das janelas, a esquisitice de um pertubando o outro até que a falta dela também os pertubassem. Nada parecia tão meticulosamente perfeito quanto o desenho das rachaduras na parede, tão completo como a estante dos velhos livros que eram lidos no tempo em que se lia, tão intenso quanto os cd's que insistia em comprar no lugar de armazená-los no seu computador. Ainda era das antigas, diziam, era esquisito, talvez o vizinho da frente pensasse assim, pouco importava.
A vida, sem ação, cronológica, Cazuza falando que o tempo não pára, mas ele havia parado sim. Em algum momento ele parou, exercendo ação sobre a vida, dois corpos, dois movimentos antagônicos. Fricção e faíscas, mas nada mais queimava, além das velas.
O vizinho, pela fresta, observava algo. Voyerismo, primeira e única opção. Nunca viu graça em provocá-lo, o trabalho sempre o impedia de tramar algo contra ele e já não sentia mais qualquer tesão por homens, há muito tempo. "Você precisa enlouquecer", ouvia, que música mesmo? "Você precisa enlouquecer e fugir daqui, de mim", era assim que começava, era bonita a canção. Agora outra, outra voz também "mas você reagiu mal por que você não esperava, mas eu te esperei e a gente se desesperou". A memória se perdia pela casa, em alguma gaveta, misturada a bagunça do quarto. Ou estava do lado mais frio da cama, onde ele não ousava mudar. O cheiro de orquídeas era tão forte que temia que o vizinho se incomodasse, ou lhe perguntasse onde comprou a essência. "É de morte", ele pensava sempre em responder. O vizinho dos passos sorrateiros, do olhar misterioso pela fresta da janela procurando o seu olhar pela fresta da janela e das audições noturnas de Belchior, da fumaça degradê de cigarro que escapava pelas janelas, o mesmo que em dias de chuva deixa as janelas abertas só para deixar o sentimento de casa abandonada onde o vento poderia fazer o que bem entendesse. Mas não ia se comunicar com ele, jamais. Orgulho não permitia.
***
Ela morreu numa manhã assim, meio acinzentada. Chorava pelos cantos com uma carta em mãos da qual ele nunca se interessou pelo conteúdo porque sua atenção estava voltada aos olhos úmidos dela, olhos que ele não entendia porque se tornaram tão fuscos, fumaça encobrindo aqueles sonhos mesquinhos de menina interiorizada. Culpa dela, que nunca se empenhou em nada por ele, nunca tentou engolir aquela vida que ele lhe dera de presente. Nunca fechava as janelas, nunca estava ali. Tomou calmantes, morreu dormindo ao lado esquerdo da cama, o lado mais frio, bilhete sobre a mesa, "por favor, após a minha morte, não mexa em nada, não estrague sua vida com a minha morte. Vão te culpar por ela, fuja". Não mexeu, o cheiro de orquídeas era tão forte ainda e ela estava lá, do lado mais frio da cama a memória vai se perdendo. A vida parece ter gosto de éter.
Era bom conservar um pouco de dor.
O vizinho, fugiu. Já fazia algum tempo, tinha lido em algum lugar. Na carta? Não sabe.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Unhas no estômago.
Estou roendo as unhas por não poder roer a alma, os lábios não a alcançam & o corpo desconhece sua existência desconhece seu sabor desconhece sua textura. Isso me lembra derrota engasgada na garganta, fiapo de unha do anelar que denuncia na ausência de algo a minha solidão a ausência de alma a ausência de amor, do próprio, que tossi, fiapo de unha do indicador riscando na garganta essas palavras que engoli e perdi ao longo do tempo e nunca soube pronunciar sílaba por silába, paraxítonas oxítonas proparoxítonas, sílaba mais forte que foi ficando mais fraca aqui comigo, na carne que restou entre as unhas e os meus dentes entre meu peito entre meu coração entre as pernas, carne que não se visitam a muito tempo carne que estremesse com outras carnes, duras, eretas, úmidas, pêlos que se misturam aos meus, mas já tenho idade para ser mãe & avó, eu tenho idade para ser feliz mas parece que desisto disso porque não cabe mais isso no meu corpo e porque, ah, preciso lutar e ando tão preguiçosa e tudo fica tão longe da minha cama e dos meus dedos, mas onde foi que eu errei, os dedos sangram e a garganta engole as últimas unhas os últimos desejos de mulher, de idade avançada sem unhas nos dedos, sem alma sem sabor, ai, sem tudo.
sábado, 16 de outubro de 2010
E tenho dito.
Você é fruto da minha imaginação
apesar de existir um porém
nunca antes discutido:
Você existe, eu não
e tenho dito.
apesar de existir um porém
nunca antes discutido:
Você existe, eu não
e tenho dito.
O que há entre.
Entre o desejo de escrever
a caneta e o papel
minha mão e minha força
há a inércia e a preguiça
há uma cama e uma rede
há uma televisão ligada
há meu chefe e os contribuintes
há um telefone que não pára de tocar
há a necessidade de sorrir quando não quero
há a vontade de desaparecer que quero
há um papel e uma caneta
há uma mão e muita força
há o desejo de escrever
mas não há o que escrever
a caneta e o papel
minha mão e minha força
há a inércia e a preguiça
há uma cama e uma rede
há uma televisão ligada
há meu chefe e os contribuintes
há um telefone que não pára de tocar
há a necessidade de sorrir quando não quero
há a vontade de desaparecer que quero
há um papel e uma caneta
há uma mão e muita força
há o desejo de escrever
mas não há o que escrever
Tragédia convalescente
Você diz que
o mundo é cancerígeno
e que gosta dessa doença
que corroí seus ossos no frio
e te faz tremer
de medo
ao acordar
e se encontrar sozinho convalescendo
desta sua tragédia mal escrita
prescrita a muito tempo
mas que sente prazer em revisitar
e ter a companhia
daquilo tudo que você poderia ter hoje.
Mas você pegou a doença do mundo
e sabe do que vai morrer.
o mundo é cancerígeno
e que gosta dessa doença
que corroí seus ossos no frio
e te faz tremer
de medo
ao acordar
e se encontrar sozinho convalescendo
desta sua tragédia mal escrita
prescrita a muito tempo
mas que sente prazer em revisitar
e ter a companhia
daquilo tudo que você poderia ter hoje.
Mas você pegou a doença do mundo
e sabe do que vai morrer.
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Encontro marcado.
- Você deveria ser menos passional, ponha mais samba nessa cadência, sempre digo. Não rasgue as fotos, não engula as lembranças a seco, te faz mal, não percebe?
- Tá recitando um mantra?
- Conselhos, um dia fico rico ao vendê-los a mendigos.
- Eu os compraria, mas só se for com juros. Módicos, para amigos.
- Não é por que se tem juros, que se é valorizado. Pago cada erro com juros, eu deveria valorizá-los? E não venha com esse papinho de amigos, não quero ser seu amigo e nem quero que ache que sou o seu.
- Gosto de te imaginar como meu pequeno buda, irmão de caridade, the hand that never forsake me, meio smiths.
- There is a light never goes out. Muito anos 80 para quem tem, quantos anos mesmo?
- Tenho todo o tempo do mundo espalhado pelo meu corpo. Não sei controlar, mas também não quero aprender. Envelheço.
- Vai beber o quê?
- Queria pensar a respeito de linhas e proporções, ah, essa vida não faz nenhum sentido mesmo né? To aqui falando de linhas e proporções sendo que não sei nem tracejar uma linha reta, enquanto você me pergunta o que vou beber. Acho que vou com um copo de angústia.
- Opto por um copo de cianureto. Páre de ser amarga e desesperada sem necessidade. Remake de novela mexicana agora?
- Estava apenas brincando, você leva minha vida a sério demais. O que houve, não me reconhece mais?
- Escolhe logo o que vai beber, por favor.
- Whiskey
- Uhuuuum, qual?
- Vou de Green Label hoje. Um dos 2 velhos que estarão à mesa que me compreenderá.
[...]
- Eu senti muito a sua falta.
- Não tinha a quem aconselhar?
- Não tinha a quem amar.
- Eu deveria estar comovida, mas não consigo. O que eu sou hein?
- Humana, até bem mais do que eu. Você é feita de carne e ossos. Eu ainda sou feito de sonhos.
- Você deveria desistir deles, ah, você sabe, não tem mais idade para ter os mesmos sonhos de 20 anos atrás. É infeliz, não vê isso refletido na cara de pena das pessoas?
- Entende mais disso do que eu, me dê uma aula. Quero aprender tudo sobre infelicidade com a mestra no assunto. Desistiu dos seus sonhos quando começou a sonhá-los?
- Você parece querer me machucar, mas não consegue. Viu, isso aqui é casca grossa, você não fere mais como antes. E ainda sonho sim, tenho tempo para isso, ele ainda não me consumiu como a você.
- Tenho mais chances de alcançar meus sonhos do que você.
- Vai nessa Icáro aposentado
- Tá fazendo tudo errado e não percebe!
- Do que você tá falando?
- Wiskey não se bebe assim, com gelo e energético. Vão achar assim que você não sabe beber e só está me acompanhando.
- Eu também não sei viver, mas estou te acompanhando nisso. E ninguém até agora percebeu.
- Eu deveria ter te ensinado mais sobre isso quando você ainda era uma criança.
- É obrigação dos pais isso não? Ensinar os filhos a como viver, ou estou errada?
- Na verdade, a única obrigação dos pais deveria ser ensinar os filhos a como beber um wiskey sem parecer tão patéticos.
- Tá recitando um mantra?
- Conselhos, um dia fico rico ao vendê-los a mendigos.
- Eu os compraria, mas só se for com juros. Módicos, para amigos.
- Não é por que se tem juros, que se é valorizado. Pago cada erro com juros, eu deveria valorizá-los? E não venha com esse papinho de amigos, não quero ser seu amigo e nem quero que ache que sou o seu.
- Gosto de te imaginar como meu pequeno buda, irmão de caridade, the hand that never forsake me, meio smiths.
- There is a light never goes out. Muito anos 80 para quem tem, quantos anos mesmo?
- Tenho todo o tempo do mundo espalhado pelo meu corpo. Não sei controlar, mas também não quero aprender. Envelheço.
- Vai beber o quê?
- Queria pensar a respeito de linhas e proporções, ah, essa vida não faz nenhum sentido mesmo né? To aqui falando de linhas e proporções sendo que não sei nem tracejar uma linha reta, enquanto você me pergunta o que vou beber. Acho que vou com um copo de angústia.
- Opto por um copo de cianureto. Páre de ser amarga e desesperada sem necessidade. Remake de novela mexicana agora?
- Estava apenas brincando, você leva minha vida a sério demais. O que houve, não me reconhece mais?
- Escolhe logo o que vai beber, por favor.
- Whiskey
- Uhuuuum, qual?
- Vou de Green Label hoje. Um dos 2 velhos que estarão à mesa que me compreenderá.
[...]
- Eu senti muito a sua falta.
- Não tinha a quem aconselhar?
- Não tinha a quem amar.
- Eu deveria estar comovida, mas não consigo. O que eu sou hein?
- Humana, até bem mais do que eu. Você é feita de carne e ossos. Eu ainda sou feito de sonhos.
- Você deveria desistir deles, ah, você sabe, não tem mais idade para ter os mesmos sonhos de 20 anos atrás. É infeliz, não vê isso refletido na cara de pena das pessoas?
- Entende mais disso do que eu, me dê uma aula. Quero aprender tudo sobre infelicidade com a mestra no assunto. Desistiu dos seus sonhos quando começou a sonhá-los?
- Você parece querer me machucar, mas não consegue. Viu, isso aqui é casca grossa, você não fere mais como antes. E ainda sonho sim, tenho tempo para isso, ele ainda não me consumiu como a você.
- Tenho mais chances de alcançar meus sonhos do que você.
- Vai nessa Icáro aposentado
- Tá fazendo tudo errado e não percebe!
- Do que você tá falando?
- Wiskey não se bebe assim, com gelo e energético. Vão achar assim que você não sabe beber e só está me acompanhando.
- Eu também não sei viver, mas estou te acompanhando nisso. E ninguém até agora percebeu.
- Eu deveria ter te ensinado mais sobre isso quando você ainda era uma criança.
- É obrigação dos pais isso não? Ensinar os filhos a como viver, ou estou errada?
- Na verdade, a única obrigação dos pais deveria ser ensinar os filhos a como beber um wiskey sem parecer tão patéticos.
domingo, 10 de outubro de 2010
Alison
I'm not gonna get too sentimental
like those other sticky valentines
cuz I don't know if you were lovin somebody
I only hope it wasn't mine
(Elvis Costello - Alison)
Ainda estará distante Alison e eu ainda serei um homem sem nome em suas lembranças, apenas um sorriso permutado de alcool e solidão, mas você ainda será aquele nome que me perseguirá a cada esquina, a cada passo que darei para longe das marcas dos seus passos, que lhe trarão sempre de volta a mim. Nunca será Alison, será outros nomes, outros rostos, será esse vazio que eu tento preencher mas que meus olhos denunciam o lugar vago esperando por você, para que possamos trocar carícias libidinosas e cantar escondidos essas canções daquele amor que nunca nos pertencerá, mas que nos debruçamos sobre livros e poesias em cadernos perdidos pelos cantos para encontrar nisso um bom motivo para continuar vivendo. Eu tento te tirar da minha pele e com isso a arranco e você vê ao longe essa dor de se calar e fingir que é apenas uma troca de pele, cobra venenosa que se arrasta por ai tentando evoluir, pequenos pés que tocam o chão, na ponta deles por você até perder o equilíbrio.
Você tenta queimar meu coração com a passagem das horas & o que sempre resta é essa bituca de cigarro que você pisa no final
enquanto eu vou morrendo a prestações.
(Elvis Costello - Alison)
Ainda estará distante Alison e eu ainda serei um homem sem nome em suas lembranças, apenas um sorriso permutado de alcool e solidão, mas você ainda será aquele nome que me perseguirá a cada esquina, a cada passo que darei para longe das marcas dos seus passos, que lhe trarão sempre de volta a mim. Nunca será Alison, será outros nomes, outros rostos, será esse vazio que eu tento preencher mas que meus olhos denunciam o lugar vago esperando por você, para que possamos trocar carícias libidinosas e cantar escondidos essas canções daquele amor que nunca nos pertencerá, mas que nos debruçamos sobre livros e poesias em cadernos perdidos pelos cantos para encontrar nisso um bom motivo para continuar vivendo. Eu tento te tirar da minha pele e com isso a arranco e você vê ao longe essa dor de se calar e fingir que é apenas uma troca de pele, cobra venenosa que se arrasta por ai tentando evoluir, pequenos pés que tocam o chão, na ponta deles por você até perder o equilíbrio.
Você tenta queimar meu coração com a passagem das horas & o que sempre resta é essa bituca de cigarro que você pisa no final
enquanto eu vou morrendo a prestações.
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