Recito minha vida
pros meus versos mais mortos.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
De passo.
Meu salto agulha
vai costurando por aí
as suas linhas de expressão
tão rotineiras.
Mas
de passo a passo
passo.
vai costurando por aí
as suas linhas de expressão
tão rotineiras.
Mas
de passo a passo
passo.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Vaso.
Estou olhando pelo lado de fora da janela e estou vendo o nosso velho vaso, ao longe.
Você não regou as plantas, estão meio secas e as flores parecem que estão mortas a algum tempo, queria sentir uma pontada de pena mas o que sinto é quase um desespero. De longe o vaso parece intacto, eu tenho vontade de rir um pouco com o que eu vejo, me controlo para não parecer patética. Mas só nós dois sabemos o quanto esse vaso já foi consertado, noites e dias a fio que nós dois, íamos colando os pedaços sobre outros pedaços e pegávamos outros pedaços de outros vasos, e nem sabíamos onde colar os pedaços, íamos colando em qualquer lugar sem se importar com o resultado, achando que se manteria firme e duraria por mais algum tempo. Olhávamos para ele como se fosse novo, se a cada dia fosse diferente, mas, se lembra, ele começou a parecer tão normal, tão ele mesmo, que virou mera peça de decoração no canto da sala. Por muitas vezes ele caia, juntávamos os cacos, já sem nenhum sorriso no rosto, apenas conformados que se quebrasse, oras, tínhamos cola.
Mas agora, vendo com outros olhos, meio míopes admito, eu vejo as imperfeições dele.
Olho pros meus dedos cheios de cola & me sinto cansada de tanto remendar.
Você não regou as plantas, estão meio secas e as flores parecem que estão mortas a algum tempo, queria sentir uma pontada de pena mas o que sinto é quase um desespero. De longe o vaso parece intacto, eu tenho vontade de rir um pouco com o que eu vejo, me controlo para não parecer patética. Mas só nós dois sabemos o quanto esse vaso já foi consertado, noites e dias a fio que nós dois, íamos colando os pedaços sobre outros pedaços e pegávamos outros pedaços de outros vasos, e nem sabíamos onde colar os pedaços, íamos colando em qualquer lugar sem se importar com o resultado, achando que se manteria firme e duraria por mais algum tempo. Olhávamos para ele como se fosse novo, se a cada dia fosse diferente, mas, se lembra, ele começou a parecer tão normal, tão ele mesmo, que virou mera peça de decoração no canto da sala. Por muitas vezes ele caia, juntávamos os cacos, já sem nenhum sorriso no rosto, apenas conformados que se quebrasse, oras, tínhamos cola.
Mas agora, vendo com outros olhos, meio míopes admito, eu vejo as imperfeições dele.
Olho pros meus dedos cheios de cola & me sinto cansada de tanto remendar.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Tiros em veludo.
Essa semana no desce mais um, vamos matar todo e qualquer poeta que se atreva a estar em nosso caminho.
Então, tomem cuidado, usaremos nossas melhores armas
(www.descemaisum.blogspot.com)
Então, tomem cuidado, usaremos nossas melhores armas
(www.descemaisum.blogspot.com)
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Concentrado de laranja
Foram 5 laranjas, um pouco de água e nenhum açúcar. Não é só o suco que costuma ser ácido, os pensamentos enquanto processo as frutas também o são, as suas palavras dentro das minhas palavras pingam pelo chão e não sei se conseguirei limpar a nódoa que ficará, talvez eu nem me importe assim. Gosto dessa decoração sob meus pés, pisar sobre elas me faz ser forte. Você ainda não chegou para o nosso suco das 5, nem me ligou avisando que se atrasaria. Seus sentimentos nunca são pontuais e agora me deixou pensando se tudo poderia ser diferente mais uma vez. Recentemente uma sensação estranha de perda toma conta dos meus braços. As mãos não estão vazias, você bem sabe, se não são as laranjas, são outras mãos. Não sei se devo deixar algumas lágrimas no seu copo, será que assim você saberia o gosto de ter te amado? Ando um pouco doente, já lhe disse? Tremo na ponta dos pés, perco o equilíbrio perto das suas recordações. Meu caso é clínico, uma paixão não anula a outra, multiplica, criam tumores que sangram eternamente dentro do crânio e na caixa toráxica. Aconselharam a me manter longe de objetos cortantes.
(mas em mais 6 minutos o suco fica pronto. Não se atrase mais uma vez.)
(mas em mais 6 minutos o suco fica pronto. Não se atrase mais uma vez.)
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Paris, 1972
Essa semana, no desce mais um, beberemos com os grandes escritores, mas não pagaremos a conta
(até porque somos pobres e literatura não nos tem dado dinheiro)
(até porque somos pobres e literatura não nos tem dado dinheiro)
sábado, 9 de janeiro de 2010
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Nota residual de um blues onírico.
Onde, não lembrarei qualquer nome e talvez por isso seja um sonho, mas era apenas um bar daqueles onde se entra impulsionado pelo desespero de esquecer algo dentro de copos e mais copos de qualquer coisa que te faça ser qualquer coisa que não seja você, com esses olhos indefinidamente escritos por todas as sarjetas onde todos saberão o seu nome e uivarão por ele em qualquer outro sonho, onde qualquer arma recém disparada do peito não será quente suficiente para queimar os seus dedos sedentos de poesia, um violão
(ou qualquer coisa úmida que os aceitem dedilhando qualquer canção de amor barata)
dentro dos sonhos
estão os sonhos.
(ou qualquer coisa úmida que os aceitem dedilhando qualquer canção de amor barata)
dentro dos sonhos
estão os sonhos.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Re-verso.
Meus lábios tendem a arder nos teus ouvidos em palavras soltas em frases afiadas, não posso me desculpar pela minha natureza de matar qualquer coisa que pulsa violentamente dentro do meu peito. Tento lhe rasgar com minhas pernas para guardar as melhores partes dentro de mim, mas consigo apenas algumas feridas, salgo com meus dedos e provo do sangue das lembranças encontradas. A verdade é que elas doem muito mais em mim do que em você por jamais ter estado presente em nenhuma delas,
provo do meu próprio sangue & é o pior sabor que existe.
Assinar:
Postagens (Atom)