Vermelho, meus lábios. Paixão que eles desenham sobre teus lábios úmidos de desejo. Batom que escondo no fundo da gaveta, para que eu pouco o use, medida de segurança. Amor na medida certa.
Vermelho vivo que rasga meus lábios em duas pétalas sanguíneas, que mancham teu peito de falsas promessas cometidas em pecado.
Sorriso borrado, vazando pelos contornos da minha boca que devora a sua boca sob os lençóis baratos que nossos corpos encontraram, para que o seu corpo se desmanchasse dentro do meu corpo que te envolve com meus abraços ensurdecedores e minhas pernas que te cortam em pedaços. Pedaços esses que vão se juntando aos meus pedaços e nos tornam completos.
Marcas vermelhas no filtro do cigarro apagado que eu fumei dos teus pulmões. Ainda prefiro os meus, intocáveis, reservados para as noites em que apenas os terei para ficar entre os meus lábios vazios e insones.
Eu sei, ainda terei um cancêr por isso.
terça-feira, 28 de abril de 2009
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Esquizofrênia.
Ligou aqui em casa, planos para o final de semana: encher a cara de vinho, queimar muita erva e esquecer de tudo que havia além das paredes da minha casa. Traria a irmã, se eu permitisse. Como dizer não?
Então abri a porta após a insistência mecânica da campainha, que eu jurei quebrar logo que pudesse. Ele entrou antes mesmo que eu o convidasse, mania irritante que ele jamais perderia, trazendo consigo sacolas com vinho e comida. Mas fiquei ali ainda ao pé da porta, paralizado com sua irmã, que invadiu meus olhos antes mesmo que eles percebessem a sua presença. Sorriu de uma maneira doce e suave, timidamente, agradecendo o convite que afinal eu não fizera.
Fiquei um tanto confuso, não queria que ela entrasse e se juntasse a nós, nessa nossa auto-depredação semanal. Não queria perder a suavidade daquele olhar sobre o meu sorriso. Mas a deixei entrar, devia ser mesmo igual ao irmão. Infelizmente.
Ele me puxou de lado, pedindo que a deixássemos na sala enquanto curtíamos nosso final de semana no quarto, estranhei. "Porque? Sua irmã não veio aqui prá se divertir com a gente?"
"Cara, tive que trazê-la, ela tem uns problemas aí e não pode ficar sozinha. Mas ele nem vai nos incomodar, é uma santa!"
"Mas ela sabe o que a gente vai fazer lá em cima?"
"Já disse, ela é uma santa, nem vai se incomodar com o cheiro."
Confiei incomodado com a situação. Pedi para que ele subisse e arrumasse as coisas no quarto enquanto eu tentaria deixá-la confortável na sala. Liguei a tv, peguei uns biscoitos e conversei trivialidades com ela, que sempre respondia com a voz muito baixa quase num sussuro, nunca deixando que eu a olhasse em seus olhos. Ele me chamou num grito para que subisse, respondi que esperasse mais um pouco, odeio quando me apressam. Ou odeio ele. Mas me senti mal em ter que deixá-la tão perdida naquele sofá. Ela sorriu confiante perante o meu receio, e disse que não estaria sozinha. Estaria com Jesus. Subi mais aliviado.
Estávamos distantes da realidade, quase isso, a gente estava no quarto mas estava fora dele, algo como ver as cores mais vivas mas ver as coisas mais mortas, o sorriso dele se alargando num verde doentio translúcido e os meus dedos necrosados se contorcendo até os meus olhos que seguiam o coelho branco pela parede com seu relógio parado, como nós dois. Ouvi-a ali embaixo como se debatesse dentro de um caixão após ser enterrada viva, e ela gritava Jesus, eu gritava Alice e ele gritava "porra, ela está tendo mais um ataque".
Descemos do paraíso ao inferno num lance de degraus. Ele agarrou sua irmã que se debatia tão freneticamente quanto as imagens e os sons ao meu redor.
"Ela fala com Jesus cara, porra, não te falei que ela é uma santa?"
Me proximei perto dela, olhei-a em seus olhos finalmente. Beijei a loucura deles e voltei para o paraíso.
Então abri a porta após a insistência mecânica da campainha, que eu jurei quebrar logo que pudesse. Ele entrou antes mesmo que eu o convidasse, mania irritante que ele jamais perderia, trazendo consigo sacolas com vinho e comida. Mas fiquei ali ainda ao pé da porta, paralizado com sua irmã, que invadiu meus olhos antes mesmo que eles percebessem a sua presença. Sorriu de uma maneira doce e suave, timidamente, agradecendo o convite que afinal eu não fizera.
Fiquei um tanto confuso, não queria que ela entrasse e se juntasse a nós, nessa nossa auto-depredação semanal. Não queria perder a suavidade daquele olhar sobre o meu sorriso. Mas a deixei entrar, devia ser mesmo igual ao irmão. Infelizmente.
Ele me puxou de lado, pedindo que a deixássemos na sala enquanto curtíamos nosso final de semana no quarto, estranhei. "Porque? Sua irmã não veio aqui prá se divertir com a gente?"
"Cara, tive que trazê-la, ela tem uns problemas aí e não pode ficar sozinha. Mas ele nem vai nos incomodar, é uma santa!"
"Mas ela sabe o que a gente vai fazer lá em cima?"
"Já disse, ela é uma santa, nem vai se incomodar com o cheiro."
Confiei incomodado com a situação. Pedi para que ele subisse e arrumasse as coisas no quarto enquanto eu tentaria deixá-la confortável na sala. Liguei a tv, peguei uns biscoitos e conversei trivialidades com ela, que sempre respondia com a voz muito baixa quase num sussuro, nunca deixando que eu a olhasse em seus olhos. Ele me chamou num grito para que subisse, respondi que esperasse mais um pouco, odeio quando me apressam. Ou odeio ele. Mas me senti mal em ter que deixá-la tão perdida naquele sofá. Ela sorriu confiante perante o meu receio, e disse que não estaria sozinha. Estaria com Jesus. Subi mais aliviado.
Estávamos distantes da realidade, quase isso, a gente estava no quarto mas estava fora dele, algo como ver as cores mais vivas mas ver as coisas mais mortas, o sorriso dele se alargando num verde doentio translúcido e os meus dedos necrosados se contorcendo até os meus olhos que seguiam o coelho branco pela parede com seu relógio parado, como nós dois. Ouvi-a ali embaixo como se debatesse dentro de um caixão após ser enterrada viva, e ela gritava Jesus, eu gritava Alice e ele gritava "porra, ela está tendo mais um ataque".
Descemos do paraíso ao inferno num lance de degraus. Ele agarrou sua irmã que se debatia tão freneticamente quanto as imagens e os sons ao meu redor.
"Ela fala com Jesus cara, porra, não te falei que ela é uma santa?"
Me proximei perto dela, olhei-a em seus olhos finalmente. Beijei a loucura deles e voltei para o paraíso.
domingo, 19 de abril de 2009
Dentro da mala.
Aspirei um pouco mais de você, um pouco mais da sua pele e dos seus lábios. Passei meus dedos até que eles se perdessem em seus cabelos, mas de uma maneira da qual você não percebesse que eu ainda permanecia ali, memorizando cada movimento do seu peito ao respirar, do seu corpo ao se mover conforme os sonhos, assim como o meu corpo que se movia conforme o seu nos nossos sonhos. Ando pelo quarto recolhendo as lembranças e as jogando para dentro de mim, abrindo a mala próxima à cama, esperando que ali caiba mais do que roupas e sapatos, que nela caiba tudo isso o que eu sinto, tudo isso que você sente, tudo isso que estamos e ainda vamos sentir. Faço algumas manobras ali, empurro uma camiseta, dobro de uma outra maneira uma calça, e no pequeno novo espaço que surgiu coloco uma antiga foto nossa, de uma época em que não pensávamos em malas que nos separariam. Para que jamais fossémos esquecidos.
Ainda são 3 da manhã. A passagem área na mesinha de cabeceira ainda me assusta e me sufoca com todos os nossos planos presos na minha garganta. Exatamente o destino em que estáriamos em 1 ano. Mas isso não é o destino que planejamos, era? Eu não consigo dormir, mal consigo fechar os olhos, é como se eu tivesse medo de quando abri-los, saber que eu te perdi para sempre. Tenho medo de te abraçar, assim você acordaria e me faria lembrar do que haviamos combinado. Eu não combinei nada além da lingerie, que você não irá ver. Mas eu levanto um pouco a minha blusa, faço que seu peito sinta a renda suave, sinta a cor dela, que sinta o meu coração batendo desesperado, como se fosse mesmo a última vez que ele irá bater. Eu sussuro perto do seu ouvido que eu não quero partir, eu não quero que amanheça e que eu fique apenas com as lembranças. Seguro com toda a minha força as minhas lágrimas, abafo meus gritos e minha dor no travesseiro, que ainda tem o cheiro dos nossos corpos. Eu me levanto para evitar mais dor, essa dor de sentir a sua pele tão rente a minha sem poder tocá-la.
Você vai despertar em breve. Vai me perguntar o que eu ainda estou fazendo ali, e eu vou responder "o que é que eu estou fazendo aqui ainda?". Você vai delinear um sorriso novamente, um sorriso tão desenhado de dor quanto o meu, e novamente vai explicar que vai ser melhor assim, um tempo para os dois, as coisas andam difíceis, os dois vão se ferir mais ainda, essas coisas. Eu vou te abraçar, porque eu guardei esse abraço a noite inteira por medo de te fazer acordar, mas eu vou te abraçar para que você me faça acordar desse pesadelo. Vou ficar repetindo para você e para mim, mas muito mais prá nós dois, para aqueles dois da foto na mala, o quanto eu te amo e eu te amo e eu te amo como eu jamais vou amar e como você jamais vai ser amado. Mas você vai sumir entre as cortinas do quarto e as minhas lágrimas que deixaram meus olhos torpes, e vai levar as malas, e vai partir. Mas vamos estar onde quer que você vá, presos naquela foto, dentro daquela mala.
Felizes para sempre.
Ainda são 3 da manhã. A passagem área na mesinha de cabeceira ainda me assusta e me sufoca com todos os nossos planos presos na minha garganta. Exatamente o destino em que estáriamos em 1 ano. Mas isso não é o destino que planejamos, era? Eu não consigo dormir, mal consigo fechar os olhos, é como se eu tivesse medo de quando abri-los, saber que eu te perdi para sempre. Tenho medo de te abraçar, assim você acordaria e me faria lembrar do que haviamos combinado. Eu não combinei nada além da lingerie, que você não irá ver. Mas eu levanto um pouco a minha blusa, faço que seu peito sinta a renda suave, sinta a cor dela, que sinta o meu coração batendo desesperado, como se fosse mesmo a última vez que ele irá bater. Eu sussuro perto do seu ouvido que eu não quero partir, eu não quero que amanheça e que eu fique apenas com as lembranças. Seguro com toda a minha força as minhas lágrimas, abafo meus gritos e minha dor no travesseiro, que ainda tem o cheiro dos nossos corpos. Eu me levanto para evitar mais dor, essa dor de sentir a sua pele tão rente a minha sem poder tocá-la.
Você vai despertar em breve. Vai me perguntar o que eu ainda estou fazendo ali, e eu vou responder "o que é que eu estou fazendo aqui ainda?". Você vai delinear um sorriso novamente, um sorriso tão desenhado de dor quanto o meu, e novamente vai explicar que vai ser melhor assim, um tempo para os dois, as coisas andam difíceis, os dois vão se ferir mais ainda, essas coisas. Eu vou te abraçar, porque eu guardei esse abraço a noite inteira por medo de te fazer acordar, mas eu vou te abraçar para que você me faça acordar desse pesadelo. Vou ficar repetindo para você e para mim, mas muito mais prá nós dois, para aqueles dois da foto na mala, o quanto eu te amo e eu te amo e eu te amo como eu jamais vou amar e como você jamais vai ser amado. Mas você vai sumir entre as cortinas do quarto e as minhas lágrimas que deixaram meus olhos torpes, e vai levar as malas, e vai partir. Mas vamos estar onde quer que você vá, presos naquela foto, dentro daquela mala.
Felizes para sempre.
domingo, 12 de abril de 2009
Stand by
Decidi andar sozinha hoje, peguei minha bolsa, desliguei o celular e me desliguei. Stand by para a realidade.
Amigos me ligaram, queriam ir na Augusta encher a cara e sair cantando velhas canções enquanto o efeito da vodka corria por suas veias e comia seus fígados, cigarros acesos só para lembrar que não existia qualquer perigo de um dia se depararem com um cancêr no pulmão. E quem sou eu para julgá-los? Também estou bêbada e fumando o meu malboro, tragando todo o néon que encontro espalhado pelo ar. Vou morrer, não hoje. Hoje, quem sabe. Eu não sei.
Vou deslizando pelas ruas, evitando ler as placas e letreiros que piscam incansáveis. Evitando perceber que estou lá. Que estou aqui, eu. Pareço apenas uma pessoa com pressa, mais uma. E tenho pressa. Pressa de fugir, dos pensamentos. Não quero pensar muito, parar a minha vida toda e pensar nela. Pensaria pouca coisa. A vida é pouca coisa para pessoas como eu, é muita coisa na verdade, é uma luta para continuar chamando de vida e acreditar nisso. Emprego estável, apartamento bem localizado, amigos descolados, corpo legal, transas boas. E aí? Só por isso não pode pegar uma bolsa e sair sem rumo por São Paulo como uma louca depressiva? Observar os carros sobre as pontes e sentir uma ponta, uma faísca de se jogar e parar o trânsito, ser notícia instântanea nos jornais de toda a cidade e saber que seus amigos vão estar em peso no seu velório, falando de como você era legal e de como a sua vida era invejável, uma pena ter sido assim, do nada, morrer num acidente desses. É errado ter essa vontade, uma vez por mês e chamar isso de TPM? Não que seja, estou longe disso. Longe de qualquer coisa que se refira a mim. Estou longe do meu lar. Eu nunca tive algo para chamar de lar, a não ser o meu apartamento com todos os lugares fora do lugar. Eu sendo a coisa mais fora de lugar que existe ali dentro. Grande, espaçoso, bela vista e vazio. Bem mais comigo lá dentro.
É isso, leia bastante mesmo, discuta Godard com os amiguinhos do Cinesesc, saia pela Paulista bêbada e drogada de sonhos, ame pessoas impossíveis e perca noites de sono pensando em como vocês seriam o casal perfeito e se masturbe pensando nisso com a mão no coração, escreva poesias tentando ser uma Hilda Hilst ou uma Ana C. ou qualquer outra mulher de versos desesperados e definitivamente femininos, e leia para si mesma e publique em papel machê , encontre problemas na sua família estéticamente perfeita, sinta saudades de quando você não sabia o que era saudades, transe em banheiros de bares, em hotéis na Augusta, na cama de sua casa ou da casa de quem lhe oferece a transa, transe em qualquer lugar afinal. Tenha a vida que todos invejem, mas faça pose de que, se soubessem o quanto você sofre calada pelas suas noites insones fumando seus intermináveis cigarros e escrevendo seus poemas sarcásticos sobre a vida, essa vida que eles acham que você não vive. Acorde um dia com um vazio no peito, uma vontade de ser vazio total, pegue sua bolsa e saia por São Paulo, sem rumo e sem coragem. Junte tudo isso. E seja infeliz.
E no dia seguinte, escreva sobre sua experiência, conte aos seus amigos e continue tendo sendo a pessoa mais feliz do mundo para os outros, mas nunca para você mesma.
Mentiras da profissão.
Licença poética.
Amigos me ligaram, queriam ir na Augusta encher a cara e sair cantando velhas canções enquanto o efeito da vodka corria por suas veias e comia seus fígados, cigarros acesos só para lembrar que não existia qualquer perigo de um dia se depararem com um cancêr no pulmão. E quem sou eu para julgá-los? Também estou bêbada e fumando o meu malboro, tragando todo o néon que encontro espalhado pelo ar. Vou morrer, não hoje. Hoje, quem sabe. Eu não sei.
Vou deslizando pelas ruas, evitando ler as placas e letreiros que piscam incansáveis. Evitando perceber que estou lá. Que estou aqui, eu. Pareço apenas uma pessoa com pressa, mais uma. E tenho pressa. Pressa de fugir, dos pensamentos. Não quero pensar muito, parar a minha vida toda e pensar nela. Pensaria pouca coisa. A vida é pouca coisa para pessoas como eu, é muita coisa na verdade, é uma luta para continuar chamando de vida e acreditar nisso. Emprego estável, apartamento bem localizado, amigos descolados, corpo legal, transas boas. E aí? Só por isso não pode pegar uma bolsa e sair sem rumo por São Paulo como uma louca depressiva? Observar os carros sobre as pontes e sentir uma ponta, uma faísca de se jogar e parar o trânsito, ser notícia instântanea nos jornais de toda a cidade e saber que seus amigos vão estar em peso no seu velório, falando de como você era legal e de como a sua vida era invejável, uma pena ter sido assim, do nada, morrer num acidente desses. É errado ter essa vontade, uma vez por mês e chamar isso de TPM? Não que seja, estou longe disso. Longe de qualquer coisa que se refira a mim. Estou longe do meu lar. Eu nunca tive algo para chamar de lar, a não ser o meu apartamento com todos os lugares fora do lugar. Eu sendo a coisa mais fora de lugar que existe ali dentro. Grande, espaçoso, bela vista e vazio. Bem mais comigo lá dentro.
É isso, leia bastante mesmo, discuta Godard com os amiguinhos do Cinesesc, saia pela Paulista bêbada e drogada de sonhos, ame pessoas impossíveis e perca noites de sono pensando em como vocês seriam o casal perfeito e se masturbe pensando nisso com a mão no coração, escreva poesias tentando ser uma Hilda Hilst ou uma Ana C. ou qualquer outra mulher de versos desesperados e definitivamente femininos, e leia para si mesma e publique em papel machê , encontre problemas na sua família estéticamente perfeita, sinta saudades de quando você não sabia o que era saudades, transe em banheiros de bares, em hotéis na Augusta, na cama de sua casa ou da casa de quem lhe oferece a transa, transe em qualquer lugar afinal. Tenha a vida que todos invejem, mas faça pose de que, se soubessem o quanto você sofre calada pelas suas noites insones fumando seus intermináveis cigarros e escrevendo seus poemas sarcásticos sobre a vida, essa vida que eles acham que você não vive. Acorde um dia com um vazio no peito, uma vontade de ser vazio total, pegue sua bolsa e saia por São Paulo, sem rumo e sem coragem. Junte tudo isso. E seja infeliz.
E no dia seguinte, escreva sobre sua experiência, conte aos seus amigos e continue tendo sendo a pessoa mais feliz do mundo para os outros, mas nunca para você mesma.
Mentiras da profissão.
Licença poética.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Palavras beijadas
Beijo cada palavra saída das suas pupilas castanhas maduras que colorem em tons sobre tons o céu que cabe dentro da sua boca que cabe dentro da minha boca que se desfaz dentro da sua boca que recompõe todos os pequenos fragmentos espalhados pelos cantos da minha boca dessas minhas palavras mal ditas
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