"Não estou só. Estou no meio de outros solitários. E cada um e todos nós falam sua linguagem singular! Equivale a virmos, juntos, de deus distantes, cada um envolvido na aura de seu próprio mundo incompreensível."
(Henry Miller)
Outubro, dores vermelhas, tristeza violeta seca que não floresce nesta primavera que toca nossos corpos delicadamente, brasas em cinzas espalhadas pelo preto e branco de nossa memória.
E se algum Deus existe, não existe. Mas
Peço-lhe que gentilmente não deixe para trás esse resto de mim que há em você, páginas viradas e amassadas, sujas de vãs tentativas poéticas, porque nós sabemos calados e conformados, que somos vãs tentativas de tudo, feitos de um vazio impreenchível e permanente de sonhos.
Escute.
Dilascerante.
Isso que desce pelos ouvidos, amarga os lábios, queima a alma, mais uma dose.
A cada esquina, cada bêbado, cada lixo, cada som, cadência, saberá que fomos feitos para nos completarmos nessa maldita solidão que nos afoga.
Lira flutuante salgada, corpo e alma, Coltrane
Amém.
corpo duna
Há 2 semanas
2 comentários:
aaah
cada vez maismais poética.
mais e mais empolgante, mesmo melancólica.
vc escreve com uma magia muito própria sua.
li todos os seus últimos textos do bloog, amei todos, não tem como não gostar. quero este lixo lá em casa, rapaz.
bjooo
é foda.
ontem me vi no meio de solitários.
e como é ruim se deparar com todo mundo brocha.
Postar um comentário