Digo-lhe
encontrei com você ontem a noite. Malboro azul. Jazz pela casa, Lee Hooker. Um pouco do seu sorriso ainda pelo meu rosto apagado.
No brilho da tv, algo do seu. Algo do meu que se foi. Algo de nós dois.
A madrugada que se prolonga, 4 da manhã de uma quarta feira que eu sinto que já é quinta feira, eu perdi o controle do tempo, sabia? Queria dizer que realmente eu já não consigo dormir com facilidade, então eu compreendo o porquê da sua cara de mal humor quando eu o acordava, porque é essa a minha cara, o meu atual humor.
Esse sorriso agora sim pode ser falso de verdade.
De mãos, de sorrisos, de beijos, sobraram alguns rascunhos. Sua letra, a minha. Nosso sonho num papel reduzido a somente folhas amassadas e rasgadas.
Então me lembro do nosso último abraço sob uma fina garoa no final de um domingo, e o que era um samba a dois, cartola e chico, insisto num vinícius, perdeu ali algumas notas.
Chuva, tempestade torrencial dentro de mim com raios apocalipticos&trovões ensurdecedores, que não me deixam ouvir aquelas palavras que saíram da sua boca, aquele adeus que não fora um adeus, fora um até logo, mas um até logo quando?
Apagou, eu acendo, sem problemas
O seu gosto sempre nos meus lábios, e sim, ainda haverá de ser um cancêr.
corpo duna
Há 2 semanas
3 comentários:
"apagou, eu acendo, sem problemas"
haaaaaaa. isso! haha
Isso parece fado em formato de prosa.
adorabilíssimo...
quanta coisa que ficou nos entremeios que eu me sinto enfunada entre duas de uma mesma parede.
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