Lá em cima
acima dos edifícios
o concreto das ruas está sendo refletido.
Concreto cinético.
Aqui em baixo
janelas abertas,pessoas fechadas
Carros,pequenas parcelas do caos
que vai se formando.
A cidade de tantos finais
constrasta com tantos outros recomeços diários.
A cidade dos sonhos
também pode proporcionar pesadelos
Ela nos abraça
e nos protege do que pode
Mas não nos protege de nós mesmos
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
sábado, 19 de janeiro de 2008
E toda falta leva a algum lugar(ou a algum texto)
O gosto amargo e suave daquele líquido negro e quente,toca meus lábios e me desperta.Estou novamente na mesma padaria,no mesmo horário e dia,no mesmo lugar,em frente a enorme janela que dá para a rua,onde observo o movimento dos carros e das pessoas.A vida continua a mesma em Mairiporã.Eu continuo a mesma,por mais que não o ache.
Com um papel em branco e ideias confusas na cabeça.O papel continua virgem após tantas tentativas frustradas de estuprá-lo com palavras e frases poéticas,que não fizeram sentido algum entre si.Apenas mais frases e mais palavras.Não há um poema.
Peço mais um café.Fecho os olhos e sinto seu agradável aroma.Ouço o ritmo acelerado dos funcionários da padaria e animado dos fregueses,sentados próximos a mim.Aliás,sou a única sozinha ali.Esperando por algo que sei que não virá.
A caneta se torna minha inimiga,por alguns instantes.Nela despejo toda a minha frustração.Mordo-a,deixo-a de lado,bato-a na mesa.O papel,ainda está ali,branco,imaculado.Minha mente está branca,vazia.Mas há algo dentro de mim pedindo para ser escrito.Mesmo quando escrevo algo,realmente bom,isso ainda grita e pulsa.
Ainda estou lá,perdida em meus pensamentos,olhando para todos os lados,implorando por ajuda.Não deles.
De quem?
De mim mesma.Daquela que,até aquele momento,sabia o que iria escrever.
Talvez,seja tudo obra do caos,para que eu escrevesse o que acabei por escrever.
Celebro o fato
De ter visto o verso
De outro dia negro
um dia negro.
Eu quero carregá-lo em meus braços
suportando todo o peso da dor
Esquecendo tudo o que eu não pude fazer hoje
nesse dia negro.
Com um papel em branco e ideias confusas na cabeça.O papel continua virgem após tantas tentativas frustradas de estuprá-lo com palavras e frases poéticas,que não fizeram sentido algum entre si.Apenas mais frases e mais palavras.Não há um poema.
Peço mais um café.Fecho os olhos e sinto seu agradável aroma.Ouço o ritmo acelerado dos funcionários da padaria e animado dos fregueses,sentados próximos a mim.Aliás,sou a única sozinha ali.Esperando por algo que sei que não virá.
A caneta se torna minha inimiga,por alguns instantes.Nela despejo toda a minha frustração.Mordo-a,deixo-a de lado,bato-a na mesa.O papel,ainda está ali,branco,imaculado.Minha mente está branca,vazia.Mas há algo dentro de mim pedindo para ser escrito.Mesmo quando escrevo algo,realmente bom,isso ainda grita e pulsa.
Ainda estou lá,perdida em meus pensamentos,olhando para todos os lados,implorando por ajuda.Não deles.
De quem?
De mim mesma.Daquela que,até aquele momento,sabia o que iria escrever.
Talvez,seja tudo obra do caos,para que eu escrevesse o que acabei por escrever.
Celebro o fato
De ter visto o verso
De outro dia negro
um dia negro.
Eu quero carregá-lo em meus braços
suportando todo o peso da dor
Esquecendo tudo o que eu não pude fazer hoje
nesse dia negro.
sábado, 12 de janeiro de 2008
Artesã das palavras
Ultimamente tenho me dedicado mais aos meus poemas.Me sinto mais a vontade os escrevendo do que ao escrever um texto para este miserável blog.Nos poemas,posso me dispersar mais,ser livre nas palavras,ser sincera.Nos textos,morro de medo de me dispersar,perder o fio da meada,o raciocínio. Talvez seja por isso que em casa há tantos papéis de variadas cores(alguns amassados,confesso),com rascunhos de poesias,com ínúmeras rasuras.Para quem gosta de escrever em papéis,sabe o quanto é mágico ver rasuras nos textos(ou no meu caso,nos poemas).De alguma forma,elas me provam,o quanto qualquer coisa que escrevo é mutável.Ok,isso também pode ocorrer quando escrevo algo no computador(como agora),mas,sinceramente,não tem a menor graça.A cada folha amassada e cheia de rasuras e com letras ilegíveis,a cada novo poema,limpo,com bela grafia,me sinto uma artesã.Uma artesã que modela palavras.
Trabalho árduo esse!
Depois de todo o processo de moldagem(isso é,escrever,ler,rasurar,escrever por cima,reler,passar a limpo,dar mais algumas rasuras,sentir que os versos fluem entre si,novamente passar a limpo e admirar o trabalho),aí terá de pessar pelo olho crítico.Se está razoável,ótimo.Levo para o meu mais apaixonado leitor(e o meu mais sincero crítico literário),que me dirá se realmente está um bom trabalho ou não.Geralmente,ele sempre elogia o que escrevo.Se,por por algum motivo,o que escrevo não passou sentimento algum,se não houve reflexão alguma após a leitura,infelizmente,LATA DO LIXO.Ok,não sou tão radical assim.Existem alguns poemas que merecem uma segunda chance,e novamente,o trabalho árduo recomeça.Não há uma fórmula mágica para se escrever um poema.Cada um escreve como lhe convém.Não costumo escrever quando estou triste.Sempre considero o produto desse estado extremamente forçado e infantil,beirando aos poemas que os pseudogóticos adoram por em seus profiles do orkut(A la "Lua negra que paira sobre mim,influênciando meus sentimentos,e blá blá blá").Não que eu considere esse tipo de poesia algo forçado e infantil,longe disso.Vindo de mim,soaria extremamente forçado e infantil.Gosto que minhas poesias saiam simples.Não simbólicas,não parnasianas,não barrocas.Mesmo os sonetos,minha forma preferida de versar,tento os fazer simples,de rimas simples(mas não clichês,não confundam).Não nego que minhas principais inspirações para os escreverem,são dos meus dois poetas favoritos,os dois grandes poetas do amor,em minha sincera opinião:Vinicius de Moraes e Pablo Neruda.
Mas,já não saem grandes sonetos.E nem grandes poesias.Espero ainda o grande poema da minha vida,aquele que me marcará para sempre,aquele que eu sentirei enorme orgulho de ter escrito(não que eu não me orgulhe do que escrevo)
E sabem,no fundo é isso que motiva os escritores e poetas,sendo eles anônimos ou consagrados.Escrever a sua grande obra.É ela que nos motiva a escrever mais e mais.É uma interminável caçada que nunca chega ao fim.E,tenho que concordar,seria um tédio não ter o que alcançar.
(e é mais um texto que acaba sem nexo algum com tudo o que eu disse anteriormente)
(Mas eu sou a pior crítica existente dos meus textos)
Trabalho árduo esse!
Depois de todo o processo de moldagem(isso é,escrever,ler,rasurar,escrever por cima,reler,passar a limpo,dar mais algumas rasuras,sentir que os versos fluem entre si,novamente passar a limpo e admirar o trabalho),aí terá de pessar pelo olho crítico.Se está razoável,ótimo.Levo para o meu mais apaixonado leitor(e o meu mais sincero crítico literário),que me dirá se realmente está um bom trabalho ou não.Geralmente,ele sempre elogia o que escrevo.Se,por por algum motivo,o que escrevo não passou sentimento algum,se não houve reflexão alguma após a leitura,infelizmente,LATA DO LIXO.Ok,não sou tão radical assim.Existem alguns poemas que merecem uma segunda chance,e novamente,o trabalho árduo recomeça.Não há uma fórmula mágica para se escrever um poema.Cada um escreve como lhe convém.Não costumo escrever quando estou triste.Sempre considero o produto desse estado extremamente forçado e infantil,beirando aos poemas que os pseudogóticos adoram por em seus profiles do orkut(A la "Lua negra que paira sobre mim,influênciando meus sentimentos,e blá blá blá").Não que eu considere esse tipo de poesia algo forçado e infantil,longe disso.Vindo de mim,soaria extremamente forçado e infantil.Gosto que minhas poesias saiam simples.Não simbólicas,não parnasianas,não barrocas.Mesmo os sonetos,minha forma preferida de versar,tento os fazer simples,de rimas simples(mas não clichês,não confundam).Não nego que minhas principais inspirações para os escreverem,são dos meus dois poetas favoritos,os dois grandes poetas do amor,em minha sincera opinião:Vinicius de Moraes e Pablo Neruda.
Mas,já não saem grandes sonetos.E nem grandes poesias.Espero ainda o grande poema da minha vida,aquele que me marcará para sempre,aquele que eu sentirei enorme orgulho de ter escrito(não que eu não me orgulhe do que escrevo)
E sabem,no fundo é isso que motiva os escritores e poetas,sendo eles anônimos ou consagrados.Escrever a sua grande obra.É ela que nos motiva a escrever mais e mais.É uma interminável caçada que nunca chega ao fim.E,tenho que concordar,seria um tédio não ter o que alcançar.
(e é mais um texto que acaba sem nexo algum com tudo o que eu disse anteriormente)
(Mas eu sou a pior crítica existente dos meus textos)
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
Cartola,o trovador do morro.
Vamos voltar alguns séculos atrás.
Os mais antigos textos da literatura portuguesa datam do século XII,época em que algumas pessoas conjulgavam poesia com música.Nasceram então,as cantigas,um tipo de literatura que enaltecia o amor ou criticava a sociedade daquela época.Cantigas estas,escritas e musicadas pelos trovadores.Mas,porque falar disso?Pois bem,oito séculos depois do surgimento do Trovadorismo,exatamente na cidade do Rio de Janeiro,morro da Mangueira,nasce um dos maiores compositores da música brasileira:Cartola.Um homem simples,humilde,que ao longo de 5 décadas,dedicou sua vida a escrever as mais belas canções do cancioneiro nacional.Ele compôs e cantou o amor como ninguém antes.Seu ritmo:Samba.Podemos considerar Cartola o nosso trovador do século XX.
Angenor de Oliveira receberia o apelido de Cartola na época em que trabalhava como pedreiro,e usava um chápeu tipo coco,para impedir que o cimento sujasse seu cabelo.Como o chapéu era um tanto maior do que sua cabeça,logo o chamariam de Cartola.
Começou a compor aos 15 anos,mas seus grandes sambas seriam escritos a partir dos seus 28 anos,quando encontrou seu eterno parceiro,Carlos Cachaça.
Em 1928,fundaria uma das maiores e mais importantes escolas de samba do Rio de Janeiro:A Estação Primeira de Mangueira,e seria seu principal compositor.Por motivos não revelados,nunca desfilava a frente da sua escola.
Em 1964,após tantos encontros e desencontros,casou-se com o grande amor de sua vida,Dona Zica.E para ela,escreveu os mais lindos sambas,como "As rosas não falam","O sol nascerá","Alvorada","Nós dois",entre outros.
Infelizmente,até a década de 60,não foi merecidamente reconhecido(incrivelmente,foi um dos maiores parceiros de Noel Rosa,além claro,das parcerias com Carlos Cachaça,Elton Medeiros e Dalmo Castello.)Ao longo dos seus 72 anos,escreveu mais de 500 canções.Muitas delas,jamais chegaram a ser gravadas,já que em vida,Cartola só gravou 4 álbuns,a partir de 1968.
Morreu de cancêr,em novembro de 1980.Muitos artistas,de grande renome nacional,regravaram seus clássicos,como Cazuza,Chico Buarque,Paulinho da Viola,Alcione,Beth Carvalho,entre tantos.
E após 27 anos de sua morte,suas letras continuam tão atuais como nunca.Talvez seja porque o amor enaltecido em suas lindas canções jamais envelhecerá,e suas críticas sociais a sociedade,ainda é a mesma de hoje,calada na voz de tantos.Os grandes compositores são como o vinho...
Salve Cartola!
Os mais antigos textos da literatura portuguesa datam do século XII,época em que algumas pessoas conjulgavam poesia com música.Nasceram então,as cantigas,um tipo de literatura que enaltecia o amor ou criticava a sociedade daquela época.Cantigas estas,escritas e musicadas pelos trovadores.Mas,porque falar disso?Pois bem,oito séculos depois do surgimento do Trovadorismo,exatamente na cidade do Rio de Janeiro,morro da Mangueira,nasce um dos maiores compositores da música brasileira:Cartola.Um homem simples,humilde,que ao longo de 5 décadas,dedicou sua vida a escrever as mais belas canções do cancioneiro nacional.Ele compôs e cantou o amor como ninguém antes.Seu ritmo:Samba.Podemos considerar Cartola o nosso trovador do século XX.
Angenor de Oliveira receberia o apelido de Cartola na época em que trabalhava como pedreiro,e usava um chápeu tipo coco,para impedir que o cimento sujasse seu cabelo.Como o chapéu era um tanto maior do que sua cabeça,logo o chamariam de Cartola.
Começou a compor aos 15 anos,mas seus grandes sambas seriam escritos a partir dos seus 28 anos,quando encontrou seu eterno parceiro,Carlos Cachaça.
Em 1928,fundaria uma das maiores e mais importantes escolas de samba do Rio de Janeiro:A Estação Primeira de Mangueira,e seria seu principal compositor.Por motivos não revelados,nunca desfilava a frente da sua escola.
Em 1964,após tantos encontros e desencontros,casou-se com o grande amor de sua vida,Dona Zica.E para ela,escreveu os mais lindos sambas,como "As rosas não falam","O sol nascerá","Alvorada","Nós dois",entre outros.
Infelizmente,até a década de 60,não foi merecidamente reconhecido(incrivelmente,foi um dos maiores parceiros de Noel Rosa,além claro,das parcerias com Carlos Cachaça,Elton Medeiros e Dalmo Castello.)Ao longo dos seus 72 anos,escreveu mais de 500 canções.Muitas delas,jamais chegaram a ser gravadas,já que em vida,Cartola só gravou 4 álbuns,a partir de 1968.
Morreu de cancêr,em novembro de 1980.Muitos artistas,de grande renome nacional,regravaram seus clássicos,como Cazuza,Chico Buarque,Paulinho da Viola,Alcione,Beth Carvalho,entre tantos.
E após 27 anos de sua morte,suas letras continuam tão atuais como nunca.Talvez seja porque o amor enaltecido em suas lindas canções jamais envelhecerá,e suas críticas sociais a sociedade,ainda é a mesma de hoje,calada na voz de tantos.Os grandes compositores são como o vinho...
Salve Cartola!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Em anos
Oh Deus, está chovendo
Mas eu não estou reclamando
Isto está me preenchendo
com uma vida nova...
Esta tarde
E eu não me sentia tão viva
...Em anos...
Só por uma dia
em um dia como hoje
eu vou ficar longe das lembranças
que me quebram.
O vento em meu cabelo
me faz sentir tão responsável,
me faz acreditar que realmente controlo meus passos
Eu me esqueci,de quem sou
assim como aqueles ao meu redor
fomos felizes
A noite...
e eu não me sentia tão bem
...Em anos...
A lua está brilhando no céu,
me relembrando de tantas outras noites,
mas elas não são como esta
está chovendo
e eu não estou me contendo
As estrelas no céu
trazem lágrimas para os meus olhos,
elas estão iluminando meu caminho
Meus olhos estão vermelhos
e eu estou sozinha
mas estou incrivelmente completa.
Mas eu não estou reclamando
Isto está me preenchendo
com uma vida nova...
Esta tarde
E eu não me sentia tão viva
...Em anos...
Só por uma dia
em um dia como hoje
eu vou ficar longe das lembranças
que me quebram.
O vento em meu cabelo
me faz sentir tão responsável,
me faz acreditar que realmente controlo meus passos
Eu me esqueci,de quem sou
assim como aqueles ao meu redor
fomos felizes
A noite...
e eu não me sentia tão bem
...Em anos...
A lua está brilhando no céu,
me relembrando de tantas outras noites,
mas elas não são como esta
está chovendo
e eu não estou me contendo
As estrelas no céu
trazem lágrimas para os meus olhos,
elas estão iluminando meu caminho
Meus olhos estão vermelhos
e eu estou sozinha
mas estou incrivelmente completa.
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Tentativa poética
Abandono
Me abandono da vida
num canto qualquer que me deparo.
Ressurjo com alguns goles de alguma bebida
desbravadora do paladar.
Abandonei-me tantas vezes
e ressurgi outras tantas
que agora encontro-me num estado
de completo abandono
não de mim e não por mim
mas abandono dos meus sentidos
da minha consciência
e eu perdi o controle.
(Volto a me abandonar)
num canto qualquer que me deparo.
Ressurjo com alguns goles de alguma bebida
desbravadora do paladar.
Abandonei-me tantas vezes
e ressurgi outras tantas
que agora encontro-me num estado
de completo abandono
não de mim e não por mim
mas abandono dos meus sentidos
da minha consciência
e eu perdi o controle.
(Volto a me abandonar)
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Tentativa poética
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Vento
O vento traz tanta coisa,
arrasta um botão de rosa.
Leva um pouco da gente embora
e traz de volta num desandar sem fim.
A vida de tudo é tão pouca
que se faz tão rouca assim na voz de qualquer um,
se perguntam meu nome respondo: - Nenhum.
E volto a caminhar pelo tempo...
meu lar é a voz do vento,e é de contratempo que
aprendo a ventar
E é de contratempo que a vida e o vento
me ensinaram a amar.
(Rennan Augusto Rezende)
arrasta um botão de rosa.
Leva um pouco da gente embora
e traz de volta num desandar sem fim.
A vida de tudo é tão pouca
que se faz tão rouca assim na voz de qualquer um,
se perguntam meu nome respondo: - Nenhum.
E volto a caminhar pelo tempo...
meu lar é a voz do vento,e é de contratempo que
aprendo a ventar
E é de contratempo que a vida e o vento
me ensinaram a amar.
(Rennan Augusto Rezende)
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