Pego as coisas pelo meio, puxo um começo mas acabo sempre é no fim. Por ser avesso a começos, acabei me tornando especialista em finais, os melhores possíveis, é só escolher. Prometo sempre que jamais farei chorar, caso não queria isso, mas caso seja uma romântica absurdamente desenfreiada, não garanto que possa ser o cara que vá segurar no teu volante e pisar no freio. Geralmente eu sou o cara que gosta de te ver perdendo o controle sob sua vida, aquele mesmo filho da puta que vai fingir que você nunca existiu em seu passado e que não vai te mandar flores, a não ser que você esteja morta e me dê motivos para isso. Desculpe-me, mas minha sensibilidade fica apenas entre minhas pernas, ás vezes, ela também se esconde atrás do meu pescoço, depende de como você quer que seja. Minhas lágrimas, só no final do ano, se meu time perde o campeonato que estava quase ali, em suas mãos. Ou se você se irritar e me der um belo chute no saco.
Mas se você for igualmente cretina, quer dizer, se você for daquelas que não se importam com declarações de amor porque, o amor está morto a muito tempo e a melhor maneira de festejar sua morte é dando para todos sem a menor modéstia, sem a menor esperança de encontrar aquele príncipe encantado, aquele cara que a sua mãe vive rezando para que apareça na sua vida, então por favor, me procure. Tenho o melhor final para esse tipo de relação. A gente começa pelo meio, da parte onde já nos conhecemos a muito tempo, e por já nos conhecermos, já nos tornamos íntimos suficientes para uma cama e todas as posições para todos os jogos. Depois, por algum motivo que não saberemos nunca, você vai saber que eu não sou o seu príncipe encantado e nem você é a futura mãe dos meus filhos, usei camisinha e você rasgou o útero. Mas sorriremos, trocaremos telefones, talvez eu lhe faça aquela promessa, te ligo amanhã, você vai sorrir e responderá, ligue mesmo e a gente marca alguma coisa prá sexta feira. Mas o nosso final sempre foi esse, não vou te ligar e você não vai ficar esperando pelo telefonema, porque vai estar com outro cara fazendo o joguinho de mulher que AINDA espera pelo príncipe encantado, e olha só, pode ser você, cara de sorte.
Não procuro finais melhores do que este, sabe, eu gosto de ser o dono dos meus finais. Talvez nem Deus se meta nos meus finais, ele não é louco. Ou me esqueceu, também esqueci ele, estamos igualmente quites.
Se me derem licença, a cama me chama. Um cigarro aceso, os lençoís fora do lugar. Mas sou cavalheiro, não direi jamais quem fez isso.
ninguém ensina
Há uma semana